domingo, junho 15, 2025
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Ex-presidente da Nicarágua, Violeta Chamorro morre aos 95 e deixa legado democrático

Foto: © Getty Images

Morreu neste último sábado (14), aos 95 anos, a ex-presidente da Nicarágua Violeta Barrios de Chamorro, que governou o país entre 1990 e 1997. A informação foi confirmada pela família, que revelou que ela enfrentava uma longa doença e que seu estado de saúde havia se agravado após uma embolia nas últimas semanas.

Chamorro foi a primeira mulher a assumir a presidência da Nicarágua e se destacou como figura central na transição democrática após o fim da Revolução Sandinista. Em 1990, venceu nas urnas o líder sandinista Daniel Ortega, atual ditador do país, quebrando uma hegemonia marcada por conflitos armados, autoritarismo e polarização política.

Durante seu mandato, promoveu reformas liberais, abertura econômica e garantias às liberdades civis e à liberdade de imprensa. Seu governo é lembrado como um breve respiro democrático entre dois períodos autoritários da história recente da Nicarágua.

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A trajetória política de Chamorro teve início após o assassinato de seu marido, Pedro Joaquín Chamorro Cardenal, diretor do jornal “La Prensa” e crítico ferrenho da ditadura de Anastasio Somoza. Com sua morte em 1978, Violeta assumiu a direção do jornal e ingressou definitivamente na vida pública, tornando-se símbolo da luta pela liberdade de expressão no país.

Mesmo criticada por sua aproximação com os Estados Unidos e pela influência da CIA durante sua gestão, sua figura se consolidou como símbolo de coragem política e compromisso democrático.

Carlos Fernando Chamorro, seu filho mais novo e hoje diretor de um jornal opositor a Ortega, afirmou: “Agora reconheço que seu legado é imenso, e se tivéssemos seguido o caminho que ela apontou, talvez a Nicarágua não estivesse nessa situação”.

Afastada da política nos últimos anos, Chamorro manteve-se como uma referência moral para opositores do atual regime. Para o escritor e ex-vice-presidente nicaraguense Sergio Ramírez, “a história certamente fará justiça a Violeta, uma mulher corajosa que impôs sua marca em tempos perigosos”.

Violeta deixa quatro filhos: Carlos Fernando, Pedro Joaquín, Claudia Lucía e Cristiana Chamorro.

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