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Tragédia no RS é pior que a enchente: pressão sobre a inflação, zerada a tarifa de importação de arroz e saque-calamidade do FGTS

Confira a coluna do Doutor em Ciências Contábeis e Administração, Givanildo Silva

Foto: ClicRDC

Pressão sobre a inflação e falta de planejamento na produção nacional

As cheias no Rio Grande do Sul, que já causaram 161 mortes estão pressionando a inflação no Brasil devido ao impacto na produção agropecuária. Analistas revisaram as projeções de inflação para 2024, que agora devem chegar a 4%. O governo também ajustou suas expectativas, refletindo o aumento nos preços de alimentos como arroz e trigo. Quando o estado do RS que contribui com uma parcela significativa da produção agropecuária nacional é devastado dessa maneira, o impacto se espalha como uma onda sísmica por toda a economia.

A dependência excessiva de determinadas regiões para a produção de alimentos é uma vulnerabilidade estratégica que há muito tempo é ignorada pelos governos. A falta de planejamento e diversificação na produção nacional nos coloca à mercê de eventos climáticos. Essa tragédia expõe a miopia das políticas agrícolas e econômicas que não preveem ou mitigam desastres.

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O mais lamentável é a incapacidade de nossos líderes de tomar medidas preventivas robustas e efetivas. Não há infraestrutura adequada, não há planos de contingência eficientes, e o resultado é uma inflação galopante que atinge principalmente os mais pobres. Continuar a remediar tragédias com paliativos não é apenas insuficiente, é irresponsável. A hora de agir é agora, antes que a próxima catástrofe nos encontre tão despreparados quanto esta.

Governo zerou a tarifa de importação de arroz

Devido às enchentes no Rio Grande do Sul e para garantir o abastecimento no país. a medida foi aprovada pelo governo federal e permite a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz, até o final do ano.

Essa decisão de zerar a tarifa de importação de arroz é mais uma prova da falta de visão e comprometimento do governo com o setor produtivo nacional. Em vez de apoiar os nossos agricultores, que já enfrentam um inferno das enchentes, o governo opta por abrir as portas para o arroz estrangeiro, isso é uma traição aos nossos produtores.
As enchentes no Rio Grande do Sul são uma tragédia, sem dúvida. Mas a resposta do governo é um atestado de incompetência. Ao invés de investir em infraestrutura, melhorias logísticas e apoio direto aos produtores afetados, preferem jogar nossos agricultores debaixo do ônibus, trazendo arroz de fora e minando ainda mais a produção local.

O governo deveria estar incentivando a produção nacional, garantindo que nossos agricultores tenham o suporte necessário para superar essa calamidade. Zerar a tarifa de importação é um atalho preguiçoso e destrutivo. É uma política que desvaloriza o trabalho duro dos nossos produtores e coloca o Brasil em uma posição de dependência alimentar. Essa medida é mais um exemplo da administração desastrosa que prioriza interesses estrangeiros ao invés de defender e fortalecer o Brasil.

Saque-calamidade do FGTS no Rio Grande do Sul

O saque-calamidade do FGTS está disponível para trabalhadores de 359 municípios do Rio Grande do Sul afetados por enchentes desde o fim de abril. O valor de retirada é de até R$ 6.240. Para solicitar, é necessário acessar o aplicativo do FGTS e seguir as instruções para a retirada digital.

Essa medida do saque-calamidade do FGTS, embora pareça uma solução, é na verdade uma admissão flagrante do fracasso do Estado em prevenir desastres. Não se trata apenas de liberar uns trocados para os trabalhadores afetados. É ridículo que os cidadãos tenham que recorrer ao seu próprio fundo de garantia, um dinheiro que deveria ser um respaldo para emergências pessoais, não para cobrir a incompetência governamental. Ao invés de atacar a raiz do problema e investir em prevenção, os governantes preferem medidas paliativas que só perpetuam a dependência e a vulnerabilidade dos trabalhadores.

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