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O governo federal anunciou um déficit fiscal de R$ 43 bilhões, mas os números reais podem ser bem mais alarmantes. Enquanto o presidente Lula apontou a tragédia no Rio Grande do Sul como justificativa para o rombo, análises mostram que a realidade fiscal do Brasil está longe de ser transparente. A maquiagem contábil usada pelo governo levanta sérias dúvidas sobre o futuro econômico do país.
O déficit que não foi explicado
Ao declarar que “se não fosse o Rio Grande do Sul, nós teríamos superávit, pela primeira vez, em muitas décadas”, Lula ignorou um detalhe fundamental: os dados históricos mostram que o Brasil teve superávit em diversos anos entre 1997 e 2014. A justificativa do presidente, portanto, não se sustenta.
Além disso, se retirarmos os R$ 29 bilhões destinados ao auxílio à região sul do país, ainda sobra um déficit de R$ 14 bilhões – um buraco significativo nas contas públicas que não pode ser atribuído exclusivamente à tragédia climática.
Contabilidade criativa: O déficit maquiado
Para apresentar um número “menos ruim”, o governo utilizou artimanhas contábeis, como:
- Antecipação de despesas: R$ 47 bilhões que deveriam ser pagos em 2024 foram adiantados para 2023.
- Transferência de receitas: Valores arrecadados em 2023 foram empurrados para 2024.
- Depósitos bancários esquecidos: O governo resgatou R$ 8,5 bilhões de contas inativas.
- Acordo forçado com a Petrobras: Um acordo no CARF de R$ 11,9 bilhões injetou dinheiro no caixa federal.
- Tributação temporária dos “super-ricos”: Um imposto não recorrente garantiu R$ 9,5 bilhões.
Se essas manobras forem desconsideradas, o rombo fiscal real pode ultrapassar R$ 135 bilhões – um número muito distante dos R$ 43 bilhões anunciados.
Aumentos de impostos e um governo que arrecada mais, mas gasta pior
Mesmo com a arrecadação de R$ 262 bilhões a mais em impostos em 2024, o governo não conseguiu evitar um déficit. Ou seja, o brasileiro pagou mais, mas recebeu menos.
A relação entre arrecadação e endividamento também apresenta inconsistências. O governo federal pagou R$ 200 bilhões da dívida pública em dezembro, mas, para isso, esvaziou o colchão de liquidez, um fundo de emergência essencial para momentos de crise.
Sem essa reserva financeira, o país fica mais vulnerável a oscilações no mercado.
O que esperar de 2025?
As projeções para o futuro não são animadoras. Analistas já preveem uma recessão no segundo semestre de 2025, fruto das políticas econômicas adotadas nos últimos anos. O atual governo segue o caminho de gastos descontrolados, aumento de impostos e contabilidade duvidosa, o que pode agravar ainda mais a crise.
Fora da “ilha da fantasia” onde as contas públicas parecem equilibradas, a realidade é alarmante. Se o país não reverter sua política econômica irresponsável, o peso dessa dívida cairá sobre as gerações futuras.
Enquanto isso, a grande pergunta continua: quem realmente pagará essa conta?