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O custo do frete rodoviário no Brasil teve um aumento expressivo em janeiro de 2025, atingindo R$ 6,97 por quilômetro rodado, um reajuste de 2,35% em relação ao mês anterior. Esse aumento reflete uma série de fatores econômicos e operacionais, elevando a preocupação do setor produtivo e da população. Especialistas alertam que a alta pode pressionar ainda mais o preço de produtos essenciais, como alimentos e combustíveis.
Os principais fatores que explicam a alta
O aumento do frete não aconteceu por acaso. Entre os principais fatores que contribuíram para essa escalada estão:
- A disparada dos preços do diesel, que subiu 6,29% no início do ano, após um reajuste da Petrobras. Como o combustível representa cerca de 35% do custo do transporte rodoviário, qualquer oscilação no preço impacta diretamente o frete.
- A elevação do ICMS sobre o diesel, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), acrescentou R$ 0,06 por litro no custo do combustível.
- A taxa Selic em alta, que encarece o crédito para empresas de transporte, dificultando a renovação da frota e o financiamento de custos operacionais.
- A revisão da tabela de frete da ANTT, que reajustou os pisos mínimos para refletir os aumentos de custos operacionais.
- O aumento da demanda por transporte no agronegócio, impulsionado pelo atraso na safra de 2025, que gerou uma busca intensa por caminhões para o escoamento da produção.
Consequências: impactos no bolso do consumidor e na economia
O aumento do frete não afeta apenas caminhoneiros e transportadoras – os reflexos chegarão aos consumidores. Produtos transportados pelas rodovias, como alimentos, combustíveis e insumos industriais, podem sofrer aumento de preço, elevando a inflação nos próximos meses.
No agronegócio, a alta no frete pode encarecer ainda mais os alimentos e pressionar o custo de vida. Estima-se que o transporte de cargas agrícolas possa subir até 12% em 2025, impactando diretamente os preços de produtos básicos, como arroz, feijão e carnes.
Empresas do setor de transporte já se mobilizam para repassar o aumento aos clientes, elevando tarifas e buscando reajustes urgentes para evitar prejuízos. A Associação Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (ANTC) defende um repasse imediato dos novos custos para equilibrar as contas.
O que esperar para os próximos meses?
A tendência, segundo analistas do setor, é que os preços continuem subindo. Com os combustíveis ainda voláteis e o mercado pressionado, o custo do transporte pode permanecer elevado ao longo do primeiro semestre de 2025.
Especialistas recomendam acompanhar os desdobramentos da política de preços dos combustíveis e as decisões do governo sobre tributos. Qualquer nova medida de reajuste pode significar um impacto ainda maior no frete e, consequentemente, no orçamento das famílias brasileiras.
A pergunta que fica no ar é: até quando o transporte rodoviário vai resistir a essa escalada de custos sem afetar ainda mais os preços dos produtos essenciais?