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Dólar dispara e Ibovespa cai em outubro: Câmbio e bolsa sofrem com instabilidade fiscal, juros nos EUA e economia chinesa enfraquecida

Confira a coluna do Doutor em Ciências Contábeis e Administração, Givanildo Silva

Foto: Givanildo Silva | Doutor em Ciências Contábeis e Administração

Ouça a coluna:


Incertezas e cenário externo aumentam pressão no mercado brasileiro

O mês de outubro de 2024 foi marcado por uma forte valorização do dólar e uma queda no principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa. Enquanto o dólar encerrou o mês com alta de 6,10%, atingindo R$ 5,7815, o Ibovespa acumulou uma baixa de 1,6%, fechando aos 129.713,33 pontos. Esses movimentos refletem um cenário econômico volátil, intensificado tanto por fatores internos quanto por desafios no cenário externo.

A influência da política fiscal brasileira

Um dos principais motivos para o desempenho negativo do mercado brasileiro foi a incerteza fiscal. O governo não apresentou medidas claras para conter os gastos públicos, o que aumentou a percepção de risco entre os investidores. Sem uma política fiscal concreta e consistente, o mercado viu com cautela a possibilidade de o país enfrentar dificuldades para equilibrar as contas públicas. Essa falta de clareza afetou diretamente a confiança dos investidores, contribuindo para a depreciação do real e pressionando negativamente o Ibovespa.

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Taxa de juros nos Estados Unidos atrai capital estrangeiro

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, manteve as taxas de juros em patamares elevados, atraindo fluxos de capital para a economia americana. Esse cenário acabou fortalecendo o dólar em relação ao real e reduzindo a atratividade de mercados emergentes, como o Brasil. A política monetária americana contribuiu para que o dólar se valorizasse globalmente, impactando a cotação cambial brasileira e limitando os investimentos estrangeiros no mercado de ações do Brasil.

Economia chinesa afeta empresas brasileiras exportadoras

Outro fator relevante para a queda do Ibovespa foi o desempenho econômico da China, que tem se mostrado abaixo das expectativas. A diminuição na demanda por commodities impactou negativamente empresas exportadoras brasileiras, como aquelas dos setores de mineração e petróleo. Em particular, empresas como Vale e Petrobras, que possuem um peso expressivo no índice, viram suas ações serem pressionadas pela redução da atividade econômica chinesa, contribuindo para a queda acumulada do Ibovespa.

Fluxo de capitais e fuga de investidores

Com o acúmulo de incertezas, tanto no cenário interno quanto no externo, o Brasil viu um fluxo de capitais para fora do país. Essa fuga de investimentos em direção a mercados mais seguros intensificou a depreciação do real e contribuiu para a queda do Ibovespa, refletindo a sensibilidade do mercado brasileiro a variáveis econômicas e políticas globais.

Perspectivas para o mercado

Os desempenhos do dólar e do Ibovespa em outubro de 2024 indicam que o mercado financeiro brasileiro segue sensível a eventos externos e à política econômica do governo. A estabilidade depende não só de um plano fiscal mais claro e executável, mas também da evolução da política monetária americana e da recuperação econômica da China.

Em meio a um cenário tão volátil, investidores aguardam uma resposta mais estruturada das autoridades econômicas e fiscais do Brasil para restaurar a confiança e conter a alta do dólar e a queda da bolsa.

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