quinta-feira, janeiro 30, 2025
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Banco Central deve elevar Selic para 13,25% ao ano em decisão histórica

Maior taxa desde 2023 reflete esforço para conter inflação e estabilizar economia em meio a incertezas globais

Foto: Givanildo Silva | Doutor em Ciências Contábeis e Administração

O Banco Central (BC) deve anunciar nesta quarta-feira, 29 de janeiro de 2025, um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, elevando-a para 13,25% ao ano, o maior patamar desde março de 2023. A decisão que será tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), reforçará o compromisso do BC com o controle da inflação, que ultrapassou a meta em 2024 e segue pressionando os preços em 2025. O mercado projeta que a Selic pode chegar a 15% até o fim do ano, o maior nível em quase duas décadas.

Contexto da alta da Selic

A inflação acumulada em 2024 foi de 4,83%, acima do teto da meta de 4,5%. Com a adoção da meta contínua a partir de 2025, o BC passou a avaliar a inflação acumulada em 12 meses, exigindo ajustes mais frequentes na política monetária. O Copom destaca a necessidade de manter a taxa de juros real (Selic acima da inflação) para evitar a desancoragem das expectativas e garantir a estabilidade econômica.

Impactos imediatos na economia

A alta da Selic deve gerar efeitos significativos em diversos setores:

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  • Custo do crédito: Empréstimos e financiamentos ficarão mais caros, impactando principalmente pequenas e médias empresas.
  • Inadimplência: Aumento do endividamento das famílias e risco de elevação da inadimplência.
  • Investimentos: Redução no ritmo de investimentos, com possível desaceleração do PIB no segundo semestre de 2025.

Projeções para os próximos meses

O mercado financeiro espera que o Copom continue elevando a Selic ao longo do ano:

  • Março/2025: Nova alta de 1 ponto percentual, levando a taxa para 14,25%.
  • Junho/2025: Possível aumento para 15%, maior patamar desde 2006.
  • Inflação em 2025: Projeções indicam que a inflação pode fechar o ano em 5,08%, ainda acima da meta de 4,5%.

Cenário político e desafios futuros

Esta é a primeira reunião do Copom sob o comando de Gabriel Galípolo, novo presidente do BC indicado pelo governo Lula. Apesar da indicação política, Galípolo deve manter um discurso técnico, alinhado ao combate à inflação. A decisão é esperada pelo mercado, que vê com cautela a possibilidade de novos aumentos agressivos da Selic.

Além disso, fatores externos, como as tensões geopolíticas e as políticas comerciais de Donald Trump, podem influenciar o câmbio e a inflação, impactando as próximas decisões do Copom.

Riscos de recessão técnica

Economistas alertam que a alta da Selic pode levar a uma recessão técnica, com dois trimestres consecutivos de queda do PIB, principalmente no segundo semestre de 2025. O desafio do BC será equilibrar o controle da inflação com a manutenção do crescimento econômico, em um cenário global marcado por incertezas.

Comparação histórica e perspectivas

A Selic em 13,25% será a maior desde março de 2023 (13,75%). Se atingir 15% em 2025, será o maior nível em 19 anos, recorde que remonta a 2006. O mercado debate se o BC manterá aumentos agressivos ou adotará incrementos menores (0,5 ou 0,25 pontos) após março, dependendo do comportamento da inflação e do cenário externo.

A decisão do Copom reforçará a importância de uma política monetária restritiva em um momento de desafios econômicos, mas também evidenciará os riscos de desaceleração e recessão no médio prazo. 

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