sexta-feira, maio 30, 2025
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Armadura invisível no trânsito: Como o comportamento ao volante leva a milhares de mortes por ano no Brasil


O Brasil registrou 34.881 mortes no trânsito em 2023, um número alarmante que interrompe uma tendência de queda sustentada até 2019. O comportamento imprudente de motoristas, impulsionado por uma falsa sensação de segurança ao volante, tem papel central nessa tragédia cotidiana. Quando entram no carro, muitos condutores se sentem invulneráveis — como se vestissem uma armadura — e adotam atitudes que colocam suas vidas e as de outros em risco.


A ilusão que mata

Ao assumir o volante, muitos motoristas mudam de comportamento. A estrutura metálica do carro e seus dispositivos de segurança transmitem a impressão de proteção total. Essa sensação pode ser perigosa. O automóvel, em vez de ser visto como uma máquina que exige atenção e responsabilidade, passa a ser tratado como um escudo — uma armadura invisível que, paradoxalmente, contribui para a perda de vidas.

Esse fenômeno psicológico leva a práticas como ultrapassagens arriscadas, excesso de velocidade, desrespeito às regras de trânsito, direção sob efeito de álcool ou drogas e uso incorreto de dispositivos de segurança. A negligência, a imprudência e a imperícia se somam, criando o cenário propício para tragédias.

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Perfil das vítimas

Os dados mostram que os motociclistas são as principais vítimas, com 13.477 mortes registradas em 2023 — o equivalente a quase 39% do total. Logo depois vêm os ocupantes de automóveis, com 7.239 óbitos, e os pedestres, com 5.662 vidas perdidas. Esses números revelam a extensão do problema e a urgência de medidas eficazes para enfrentá-lo.


Mais do que falhas humanas

Embora o comportamento dos condutores tenha peso decisivo, a infraestrutura viária também agrava os riscos. Rodovias mal conservadas, sinalização inadequada e fiscalização deficiente aumentam as chances de acidentes. Além disso, a carência de programas contínuos de educação para o trânsito perpetua uma cultura de imprudência.


Caminhos para mudar a rota

Reduzir as mortes no trânsito exige mais do que alertar motoristas. É necessário investir em campanhas de conscientização, reforçar a fiscalização, melhorar a qualidade das vias e promover uma educação permanente voltada ao respeito e à responsabilidade no trânsito.

A “armadura” que muitos acreditam vestir ao dirigir não protege contra os perigos reais das ruas. Pelo contrário: alimenta uma confiança perigosa, que precisa ser substituída por prudência. Só assim será possível frear o número de mortes e transformar o trânsito em um ambiente mais seguro para todos.

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