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A República de Platão: A busca pela justiça em uma cidade ideal

Confira a coluna do Doutor em Ciências Contábeis e Administração, Givanildo Silva

Foto: Givanildo Silva | Doutor em Ciências Contábeis e Administração

Ouça a coluna:

Escrita por volta de 380 a.C., A República de Platão é uma das obras mais importantes da filosofia ocidental, oferecendo uma análise profunda sobre a justiça, a política e a natureza humana. Em forma de diálogo, com Sócrates como personagem central, Platão explora questões fundamentais para a organização da sociedade e a busca por um governo ideal. O texto, ainda hoje, é referência no debate sobre o poder, a moralidade e a educação.

No centro da obra, Platão propõe a criação de uma cidade ideal, chamada Kallipolis, na qual cada indivíduo tem um papel específico a desempenhar de acordo com suas habilidades e natureza. A sociedade, nesse modelo, é dividida em três classes principais: os produtores (artesãos, agricultores e comerciantes), os guardiões (responsáveis pela defesa da cidade) e os filósofos-reis (aqueles que governam). Para Platão, a justiça se manifesta quando cada classe cumpre sua função sem interferir nas tarefas dos outros, garantindo harmonia tanto na cidade quanto na alma dos indivíduos.

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Platão argumenta que o verdadeiro conhecimento é essencial para alcançar a justiça. Essa ideia é ilustrada pela famosa Alegoria da Caverna, um dos momentos mais célebres da obra. Nessa metáfora, os seres humanos vivem acorrentados em uma caverna, enxergando apenas sombras da realidade projetadas em uma parede. Quando um deles consegue se libertar e sair da caverna, ele descobre a verdadeira luz – o conhecimento –, mas tem a responsabilidade de voltar e ajudar os outros a também enxergarem a verdade.

A teoria do conhecimento, conhecida como Teoria das Ideias, é outro ponto crucial de A República. Para Platão, o mundo sensível que percebemos é apenas uma cópia imperfeita das ideias ou formas, que são perfeitas, imutáveis e acessíveis apenas através do pensamento filosófico. Isso reforça a visão de que apenas os filósofos, que alcançam esse nível de sabedoria, devem governar, pois possuem o entendimento pleno do que é o bem e a justiça.

Outro ponto central da obra é a figura do Filósofo-Rei, que, segundo Platão, é o governante ideal. Diferente dos políticos que buscam poder e riqueza, o Filósofo-Rei lideraria com base no conhecimento e no desejo de promover o bem comum. Esse ideal de governo contrasta com a democracia ateniense, que Platão via como corrupta e instável, onde decisões eram tomadas por aqueles sem o devido conhecimento para governar.

Por fim, Platão coloca grande ênfase na educação como ferramenta essencial para o desenvolvimento de uma sociedade justa. A formação adequada dos guardiões e governantes seria um processo rigoroso, no qual o conhecimento das virtudes e a prática da sabedoria seriam centrais. Só uma educação orientada para a verdade e a justiça poderia garantir que os líderes da cidade fossem aptos para guiar os cidadãos de maneira justa e equitativa.

Com A República, Platão não apenas construiu um ideal filosófico de governo, mas também deu origem a discussões sobre justiça e moral que continuam a reverberar nos debates modernos. A obra, até hoje, é estudada em diferentes áreas do conhecimento, desde a filosofia política até a ética, e desafia leitores a refletirem sobre as estruturas de poder e os caminhos para uma sociedade mais justa.

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