Costumamos acreditar que temos inúmeros direitos, e de fato possuímos vários direitos que precisam ser resguardados, em contrapartida há deveres que temos que respeitar. Automaticamente queremos colocar os nossos direitos acima dos deveres e buscamos prioridade para as nossas necessidades.
Um exemplo é o trânsito, algumas pessoas perdem a noção quando dirigem, realizam ultrapassagens perigosas, colocam a vida de outras pessoas em risco, não respeitam preferenciais, não utilizam a seta sinalizando que farão conversão à direita ou à esquerda, não respeitam faixas de pedestres, e até mesmo pedestres que atravessam ruas em locais inapropriados.
Há casos de motoristas que transportam animais de estimação de maneira irresponsável e insegura. Nem tudo é problema de mobilidade urbana, existem situações que estão diretamente relacionadas à conscientização e ao bom senso de cada cidadão.
Certo dia presenciei um fato onde havia uma fila de carros em uma rotatória, evidentemente que se o fluxo parou é porque alguma coisa aconteceu e algo está impedindo que os carros sigam em frente. De repente um cidadão simplesmente começou a ultrapassar pela contramão, assumindo o risco de ocasionar uma colisão frontal ou de colidir nos veículos que estavam aguardando para seguir, caso tivesse que retornar repentinamente para a fila. Felizmente nada aconteceu, mas a atitude foi irresponsável. Se está atrasado tenha organização com os horários e não coloque em risco a vida de outras pessoas no trânsito.
Outra situação envolve motoristas que utilizam o celular enquanto dirigem, isso é muito comum, mas não deveria ser. Carros que travam semáforos quando o sinal está no verde e o motorista ainda não percebeu porque está no celular. Já ouvi relatos de motociclistas que conduzem motocicletas enquanto observam o celular. Precisamos entender que estamos falando sobre danos e riscos à vida, acidentes que podem tirar vidas ou casar danos irreversíveis.
Sou um grande defensor dos animais, inclusive nesta coluna já publicamos edições alertando sobre maus-tratos e a importância da adoção responsável. Porém tutores que dirigem com animais de estimação na janela do motorista, isso pode atrapalhar a visibilidade, além de não ser prudente o animal interagindo com o motorista durante a condução do veículo, tirando a atenção.
Bom senso e consciência não somente no trânsito e sim em diversos aspectos da vida resolvem ou pelo meno ajudam a resolver muitas coisas, e podem evitar situações negativas. Voltando à questão do trânsito, sim sabemos que é necessário o estudo de mobilidade e algumas adequações e transformações, mas a nossa contrapartida na condição de cidadãos, motoristas e pedestres é fundamental.
Quero finalizar utilizando uma frase publicada pela Polícia Militar Rodoviária Estadual em uma ocorrência onde um veículo foi flagrado transitando a 172 KM/H em uma rodovia de Chapecó em que a velocidade máxima permitida é de 80 KM/H, acelerar é fácil, quero ver consolar uma família. Que tenhamos a sensibilidade de pensar nas famílias, nossa e dos outros, no trânsito e na vida como um todo. Quem perde alguém chora e sofre com a falta.
