
Estrutura curricular sob questionamento
O Novo Ensino Médio, reformulado em 2017 com a promessa de flexibilização e alinhamento ao mercado de trabalho, tem enfrentado duras críticas por sua implementação e pela inserção de temas ligados à identidade de gênero, raça e sexualidade nos conteúdos escolares. Parte da sociedade acusa o modelo de promover uma “agenda ideológica disfarçada de inclusão”, enquanto outros defendem a proposta como instrumento de combate às desigualdades históricas.
Mudanças e objetivos da reforma
A estrutura atual é dividida entre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) — que corresponde a 60% da carga horária — e os itinerários formativos, nos quais os alunos podem escolher áreas de aprofundamento como ciências humanas, exatas ou formação técnica. O modelo pretende tornar o ensino mais dinâmico e conectado às expectativas dos estudantes, além de diminuir a evasão escolar.
Controvérsias sobre conteúdo e abordagem
O ponto mais polêmico gira em torno da inclusão de pautas identitárias nos materiais didáticos e atividades escolares. Críticos afirmam que essas temáticas não apenas substituíram conteúdos tradicionais como filosofia e sociologia, mas também geram um viés político e ideológico dentro da sala de aula. Já os defensores destacam que discutir diversidade e inclusão é essencial para o desenvolvimento humano e social dos jovens brasileiros.
Desigualdade no acesso e precarização
Outro problema observado é a falta de estrutura em escolas públicas, especialmente em regiões mais vulneráveis, que não conseguem oferecer todos os itinerários prometidos pela reforma. A precarização atinge também os professores, que relatam acúmulo de funções e falta de formação específica para atuar nos novos moldes.
Debate ainda longe do fim
A implementação do Novo Ensino Médio segue em debate no Congresso, entre educadores e na sociedade civil. As críticas sobre uma suposta “ideologização” do currículo ganham força em um cenário polarizado, enquanto alunos e professores convivem com os desafios diários de uma mudança ainda em curso. A pluralidade no ensino, a formação crítica e o equilíbrio entre tradição e inovação seguem no centro da disputa sobre o futuro da educação brasileira.