
O Dia Nacional do Livro, celebrado nesta quarta-feira (29), é mais do que uma data simbólica. É um convite à reflexão sobre o impacto da leitura na formação das pessoas, especialmente das crianças. Para o presidente da Biblioteca Nacional (BN), Marco Lucchesi, o contato com os livros desde a infância amplia a imaginação e estimula valores como a empatia e a criatividade.
“Sem dúvida alguma, a infância que começa com esse impacto de leitura acaba lendo o mundo dos livros e lê o livro do mundo. A criança cria dentro dela viagens para outros mundos, possibilidades de liberdade, imaginação e, principalmente, empatia”, destacou Lucchesi,
em entrevista à Agência Brasil.
A data marca também o aniversário da Biblioteca Nacional, que completa 215 anos de história. Fundada em 29 de outubro de 1810, a instituição é considerada um dos maiores acervos da América Latina. “O livro expande a sensibilidade, a imaginação e o espírito. É o que nos orienta para sermos adultos mais generosos e fraternos”, afirmou o presidente da BN.

Entre as iniciativas de incentivo à leitura, a Fundação Biblioteca Nacional mantém a Casa da Leitura, no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. O espaço, criado em 1993, tem como missão formar novos leitores e garantir acesso democrático à literatura, com foco no público infantil e juvenil. Recentemente, a BN também inaugurou uma biblioteca hospitalar no Hospital Universitário Antônio Pedro (UFF), em Niterói, com o objetivo de promover a biblioterapia — o uso do livro como instrumento terapêutico para pacientes, acompanhantes e equipes de saúde.
“Queremos humanizar os espaços e abrandar as esperas, levando o livro para todos os ambientes”
explicou Lucchesi.
Outro projeto previsto para 2026 busca levar bibliotecas a unidades socioeducativas, alcançando adolescentes privados de liberdade.
Para o professor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Godofredo de Oliveira Neto, o livro é essencial para o desenvolvimento cognitivo e humanista das crianças. “O livro não é um capricho, é algo fundamental. Ele potencializa a cognição e conduz a criança para um mundo mais sensível e crítico”, ressaltou.
O presidente da ABL, Merval Pereira, destacou que o Dia Nacional do Livro é um momento de celebrar o poder transformador da leitura.
“Com o livro, as crianças exploram imaginação e habilidades, aprendem sobre diálogo e inclusão, valores cruciais para a vida moderna. Devemos incentivar o acesso aos livros desde os primeiros anos de vida”,
disse.

Neste ano, a data ganha um significado especial: o Rio de Janeiro foi reconhecido pela Unesco como a Capital Mundial do Livro — a primeira cidade de língua portuguesa a receber o título. Para o professor Hubert Alqueres, vice-presidente da Abrelivros e da Câmara Brasileira do Livro (CBL), a distinção reforça o compromisso do país com a leitura.
“A leitura forma o vocabulário, o raciocínio e a sensibilidade. Para quem está passando por momentos difíceis, o livro é, muitas vezes, uma grande companhia”,
destacou.
Além das celebrações, o Dia Nacional do Livro também reforça o debate sobre políticas públicas que ampliem o acesso à leitura e valorizem autores, editores e professores. “É o momento de pensar em como conquistar novos leitores e manter viva a cultura do livro no Brasil”, completou Alqueres, também curador do Prêmio Jabuti, o mais tradicional prêmio literário do país.
Fonte: Agência Brasil






