A partir de 2025, os celulares estarão proibidos nas salas de aula e até nos intervalos das escolas brasileiras. A medida, sancionada pelo presidente Lula após aprovação do Congresso, busca combater os impactos negativos causados pela distração gerada pelos dispositivos móveis. Estudos da Unesco mostram que a simples proximidade do celular já é suficiente para prejudicar a aprendizagem.
Diversas escolas já haviam adotado essa política antes da sanção da lei e registraram resultados positivos. Em Brasília, intervalos sem o uso de celulares mostraram alunos mais interativos, brincando e conversando. A estudante Juliana Almeida Pimentel, apesar de não gostar da regra, reconhece a necessidade: “São regras“. Já Luana de Almeida Melo relatou que as notas melhoraram com a proibição: “A gente conseguiu realmente focar mais na aula“.
No Rio de Janeiro, onde a restrição existe desde o ensino fundamental, a Secretaria Municipal de Educação notou diminuição nos casos de bullying e aumento da participação e concentração dos alunos. A mãe do estudante Victor Hugo Pereira destacou os benefícios: “Antes, ele não dormia direito devido ao telefone e ficava mais agressivo. Agora ele está ótimo“.
Além das melhorias educacionais, a ausência dos celulares abriu espaço para atividades como esportes. Davi Azevedo, que trocou a tela pelo tatame, já conquistou medalha em jiu-jitsu. Stefhany Sperle Oliveira, por sua vez, descobriu o gosto pela leitura ao visitar a biblioteca escolar.
Especialistas reforçam que a proibição é fundamental para a saúde mental e o desenvolvimento infantil. Daniel Becker, pediatra e sanitarista, explica que a infância sem brincadeiras é prejudicial: “O desenvolvimento humano só se dá no mundo real“.
A medida segue uma tendência global: 62 países já baniram ou adotaram políticas de controle do uso de celulares em escolas, como França, Itália, Portugal e Nova Zelândia. A diretora da Unesco, Marlova Jovchelovitch Noleto, defende que a tecnologia deve ser uma aliada na educação, mas com limites: “Até uma determinada idade, isso precisa de mediação“.