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O ato Pró-Bolsonaro e o cenário político

Leia a coluna do Dr. Eduardo Destri Schwengber na Quinta da Opinião


O ato do dia 25/02, realizado na avenida Paulista, segue produzindo comentários. Com um número expressivo de participantes, fomentado por simpatizantes do Estado de Israel – como comentamos no programa Sala de Debates do dia 22/02, capitaneou força política ao clã Bolsonaro e ao anti-lulismo.

O lulismo acusou o golpe. No dia do evento, o jornalista português Sérgio Tavares ficou detido na Polícia Federal, interrogado sobre suas opiniões políticas. Na terça-feira, Lula se negou a responder uma pergunta de uma jornalista sobre o evento – a profissional foi vaiada pela claque lulista. Na mesma terça-feira, Lula enviou um recado aos congressistas: quem mantiver a assinatura no pedido de impeachment, perderá os cargos no executivo.

Estes movimentos sugerem que as próximas eleições seguirão polarizadas. Dois fatos, entretanto, merecem destaque: o almoço no Palácio dos Bandeirantes que antecedeu o ato, e a fala de Michelle Bolsonaro.

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Michelle Bolsonaro é comedida nas palavras, ao contrário do esposo. É carismática, discreta e eloquente. Porém ainda não manifestou vontade de testar as urnas, ainda que capitaneie o capital político da família. E o marido não dá sinais claros se vai topar ceder este capital a terceiros que não da família nas eleições de 2026. Seria ela candidata pela família Bolsonaro? Difícil, já que o mais alto cargo da República exige alguma experiência política.

Já a foto tirada no almoço no Palácio dos Bandeirantes merece uma análise: sentaram-se à mesa o Governador de SP Tarcísio de Freitas, o Governador de MG Romeu Zema e o Governador de SC Jorginho Mello – este ao lado de Bolsonaro e o único do PL.

Tarcísio está no seu primeiro mandato, dirigindo o Estado mais importante da federação. Abandonaria a reeleição para disputar a Presidência? Ou ter um Governador de direita em SP é importante, ante à incerteza de uma eleição? Vê melhor 2030 do que 2026.

Já Zema está em seu segundo mandato, sem opção de reeleição. Porém mostrou serviço em MG e desponta como um candidato natural à Presidência da República, ainda que seu partido, o Novo, não detenha recursos financeiros para tal tarefa. Aceitaria o convite para se filiar ao PL?

Uma chapa com Tarcísio e Zema (ou vice-versa) seria de respeito, ainda que configurasse a política do “café com leite”, centralizando o poder no Sudeste. Aí que entra o Governador Jorginho Mello, como uma alternativa à concentração política da chapa em uma única região. Teria mais força caso o consórcio de Governadores do Sul e Sudeste comprasse a ideia da chapa.

Jorginho é homem de confiança de Bolsonaro, com o bônus de ser de seu partido, o PL. Já foi Senador e administra um Estado que tem bom nível de IDH e arrecadação, ainda que deficiente em infraestrutura. Jorginho poderia ser um bom nome para vice.

Isso facilitaria a vida do Prefeito de Chapecó João Rodrigues, que esteve em São Paulo, mas longe do palanque. É bastante provável sua reeleição à Prefeitura, porém seu sonho é a Casa D´agronômica. Carrega o peso de ver seu partido, o PSD, na base de apoio ao Presidente Lula, declarando-se Bolsonarista.

Em visita a Chapecó, na Efapi, Bolsonaro cravou que o lugar adequado de João Rodrigues seria no Senado, numa alusão de um acordo PL/PSD em 2026, com Jorginho indo à reeleição. Porém, em fevereiro, declarou que o PL não deve compor alianças com o PSD nas eleições municipais. Abriria uma exceção para Chapecó? O PL desiste de ter candidato aqui? Se João Rodrigues sai de chapa pura em 2024, não terá portas fechadas em uma coligação majoritária em 2026?

Assim segue o tabuleiro político, indefinido. Política não tem ponto final, só ponto e vírgula. E o prazo da janela para troca de partido para as eleições municipais se encerra em 05 de abril.

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