O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta segunda-feira (14), a 2ª edição do estudo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”. Os dados foram disponibilizados com vários filtros, o que permite a análise da situação em Santa Catarina.
Com a oportunidade que dá o momento do ano para discussão desse assunto, por ocasião da Semana da Consciência Negra, o ClicRDC começa a apresentar uma série de matérias com os dados sobre as desigualdades sociais em Santa Catarina. A primeira reportagem trata das diferenças entre brancos e negros no Estado quando o assunto é trabalho e renda.
Desemprego
Em Santa Catarina, a taxa de desocupação entre as pessoas pretas (9,2%) em 2021 foi mais de duas vezes superior à das pessoas brancas (4,5%), e maior também que a de pessoas pardas (7,3%).
Das pessoas ocupadas, a taxa de formalização por cor ou raça se mostrava mais uniforme, com leve vantagem para pessoas brancas (78,6%) frente às pretas ou pardas (76,3%). A taxa composta de subutilização (que considera pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas ou na força de trabalho potencial) catarinense foi bem maior entre as pessoas pretas (16,1%) e pardas (14,3%) em relação às brancas (9,4%).
Desigualdade nos salários
Houve redução na desigualdade de rendimentos entre brancos e pretos ou pardos em Santa Catarina na comparação com 2012. Naquele ano, brancos tinham rendimento 36,7% superior ao de pretos ou pardos. Em 2021, o rendimento domiciliar por pessoa médio da população branca, que foi por R$ 1.779, era 28,9% superior ao rendimento da população preta ou parda, que foi por R$ 1.265.
O rendimento médio mensal no trabalho principal das pessoas brancas (R$ 2.778) foi 25% superior ao rendimento das pessoas pretas ou pardas (R$ 2.084). Apesar dessa desigualdade de rendimentos entre pessoas brancas e pretas ou pardas, a diferença percentual catarinense era a 5º menor do país, atrás somente das de Rondônia, Ceará, Amapá e Goiás, onde a desigualdade era menor.
Pobreza e extrema pobreza
Em Santa Catarina, 762,4 mil pessoas estão em situação de pobreza, o que corresponde a pouco mais de 10% da população do Estado. Dos 5,97 milhões de brancos, 531.200 se encontram nesta situação, o que representa 8,9% desta população. Já entre os 1,32 milhão de negros, existem 231.200 em situação de pobreza, o que representa 17,5% da população.
Quando o assunto é a extrema pobreza, 151,7 mil pessoas estão nesta condição em Santa Catarina, sendo 113.400 brancos e 38.300 negros. A proporção de extrema pobreza entre os brancos está em 1,9%, enquanto entre os negros ela sobe para 2,9%.