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Prejuízo dos Correios dispara para R$ 2,6 bilhões em 2024 e empresa lança plano de corte de R$ 1,5 bilhão

Rombo quadruplicado expõe queda nas receitas com encomendas internacionais, aumento de custos operacionais e deficiências estruturais; estatal aposta em reestruturação e marketplace para reverter cenário

Foto: Imagem meramente ilustrativa

Prejuízo histórico revela crise nos Correios
Os Correios encerraram o ano de 2024 com um prejuízo recorde de R$ 2,6 bilhões, número quatro vezes maior do que o registrado em 2023 (R$ 597 milhões). O resultado acende o alerta para uma das maiores estatais do país, que enfrenta uma combinação de fatores negativos, como queda na receita com encomendas internacionais, aumento de custos com pessoal e baixa performance das agências.

Queda na receita e a “taxa das blusinhas”
Segundo a empresa, um dos principais fatores para o rombo foi a diminuição nas remessas internacionais, provocada pela nova tributação sobre compras de até US$ 50 — apelidada de “taxa das blusinhas”. A medida reduziu o volume de encomendas e impactou diretamente a arrecadação da estatal.

Agências deficitárias e custos crescentes
O balanço revela ainda que apenas 15% das mais de 10 mil agências dos Correios foram superavitárias em 2024. Os custos operacionais subiram de R$ 15,2 bilhões para R$ 15,9 bilhões, com os gastos com pessoal aumentando para R$ 10,3 bilhões, contra R$ 9,6 bilhões no ano anterior.

- Continua após o anúncio -

Medidas emergenciais para conter gastos
Diante do cenário crítico, os Correios anunciaram um plano emergencial de contenção de despesas estimado em R$ 1,5 bilhão para 2025. Entre as medidas estão:

  • Redução da jornada de trabalho e salários proporcionais
  • Suspensão de férias de junho até janeiro de 2026
  • Fim do home office e retorno ao trabalho presencial em junho
  • Reestruturação com corte de cargos comissionados e funções gratificadas
  • Novo plano de saúde com economia de 30%
  • Prorrogação do Programa de Desligamento Voluntário (PDV)
  • Criação de um marketplace próprio até o fim do ano

Impactos imediatos e risco de colapso operacional
A queda de liquidez também levou os Correios a utilizarem R$ 2,9 bilhões em reservas de caixa, restando apenas R$ 249 milhões. Isso resultou em atrasos em pagamentos a fornecedores e transportadoras, além do anúncio de fechamento de 16 agências próprias no Rio de Janeiro, como parte da redução de custos com aluguel.

Investimentos e tentativa de modernização
Mesmo em crise, a empresa investiu R$ 830 milhões em 2024, principalmente em frota, tecnologia e manutenção de unidades operacionais. Além disso, os Correios firmaram parceria com o New Development Bank (NDB) para captar R$ 3,8 bilhões em investimentos, com foco em infraestrutura e digitalização.

O futuro da estatal em xeque
Com um cenário desafiador e crescente pressão por resultados, os Correios enfrentam um momento decisivo. A recuperação depende da eficácia das medidas de corte, da capacidade de inovação digital e do restabelecimento da confiança do consumidor. O lançamento do novo marketplace e os ajustes operacionais serão determinantes para o futuro da estatal.


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