
A China anunciou a suspensão temporária das importações de carne de frango do Brasil por um período de 60 dias. A decisão foi tomada após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial localizada em Montenegro, no interior do Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (16) pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Segundo o ministro, a suspensão segue os protocolos sanitários já estabelecidos entre os dois países. O bloqueio, no entanto, deve causar impactos significativos nas exportações brasileiras, uma vez que a China é o principal destino da carne de frango nacional. Somente em 2024, as exportações mensais para o país asiático ultrapassaram US$ 128 milhões.
Alerta sanitário e contenção imediata
Com a confirmação da doença, o governo brasileiro decretou estado de emergência zoossanitária na região e determinou o abate imediato de todas as aves da granja afetada. Além disso, foi implantado um bloqueio sanitário num raio de 10 quilômetros ao redor do foco, com monitoramento contínuo por equipes do Ministério da Agricultura e das autoridades locais.
Apesar da gravidade da medida chinesa, Fávaro afirmou que o caso está completamente controlado e que o vírus não representa risco ao consumo humano. “A gripe aviária não é transmitida pela carne ou pelos ovos. O risco é maior para quem tem contato direto com aves infectadas”, explicou o ministro.
Outros países adotam restrição regionalizada
Enquanto a China optou por uma suspensão total, outros parceiros comerciais do Brasil, como Japão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, aplicaram restrições apenas ao estado do Rio Grande do Sul. Isso se deve à política de regionalização adotada por esses países, que permite limitar os embargos às áreas efetivamente afetadas.
Riscos econômicos e expectativas de retomada
Especialistas do setor avaliam que o Brasil pode perder mais de US$ 100 milhões por mês enquanto durar a suspensão. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e representantes do agronegócio manifestaram preocupação, mas também destacaram a transparência e agilidade com que o governo agiu, o que pode acelerar a retomada das negociações com a China.
Carlos Fávaro demonstrou otimismo e reforçou que a suspensão é protocolar e temporária. “Estamos confiantes de que, com todas as medidas de controle adotadas, poderemos retomar as exportações antes mesmo do prazo de 60 dias”, afirmou o ministro.