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Após polêmica de Curso de Extensão, universidade e Secretário da Agricultura de SC se manifestam

Veja a fala da UFSC e do secretário Altair Silva sobre o curso “Reforma Agrária Popular, Agroecologia e Educação do Campo: alimentação e educação no enfrentamento ao agronegócio e às pandemias”

Foto: Arquivo/Valter Campanato/Agência Brasil

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lançou um Curso de Extensão denominado “Reforma Agrária Popular, Agroecologia e Educação do Campo: alimentação e educação no enfrentamento ao agronegócio e às pandemias”. O curso, promovido pela Licenciatura e Educação do Campo, do Centro de Ciências da Educação (CED) da UFSC causou polêmica no meio acadêmico e agrícola de Santa Catarina.

Na última terça-feira (06), através do Facebook, o Secretário estadual da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural do Estado, Altair Silva, se pronunciou sobre o curso. Segundo ele, “Uma espécie de nuvem medieval, carregada com o que há de mais retrógrado e preconceituoso em relação à visão moderna da agricultura, paira sobre a UFSC na forma de um curso de extensão que leva o bizarro título de “Reforma Agrária Popular, Agroecologia e Educação do Campo: alimentação e educação no enfrentamento ao agronegócio e às pandemias””, escreveu Altair.

Por outro lado, nesta quarta-feira (07), através de seu site, a UFSC também se manifestou sobre a polêmica. Segundo a universidade, A UFSC valoriza a pluralidade de ideias, o debate e a construção coletiva da realidade, eixos que estão na gênese da universidade pública, e que há mais de 60 anos fazem parte da atuação histórica desta instituição. Sustentada nos pilares do Ensino, Pesquisa e Extensão, a UFSC não se resume a um ou outro projeto. Se formos considerar a atuação da Universidade apenas no que diz respeito à produção catarinense, temos cursos, projetos de pesquisa e extensão em diversas áreas, com destaque ao Centro de Ciências Agrárias (CCA) e Centro de Ciências Rurais (CCR), no Campus de Curitibanos”.

- Continua após o anúncio -

Veja na íntegra a nota do Secretário estadual da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural do Estado, Altair Silva

UFSC dá palco para marcha retrógrada sobre agricultura

Uma espécie de nuvem medieval, carregada com o que há de mais retrógrado e preconceituoso em relação à visão moderna da agricultura, paira sobre a UFSC na forma de um curso de extensão que leva o bizarro título de “Reforma Agrária Popular, Agroecologia e Educação do Campo: alimentação e educação no enfrentamento ao agronegócio e às pandemias”.

Com certificado e tudo, o curso que se estende pelas próximas semanas faz piruetas ideológicas inexplicáveis ao tentar alinhar conceitos como “educação” e “alimentação” com a expressão “combate ao agronegócio”. Seria como anunciar: “Alimente-se sem precisar da agricultura”. Ou: “Viva sem precisar comer”.

É de se surpreender que, em um país onde pessoas simples por vezes enfrentem dificuldade para se nutrir e em um estado que produz o que há de melhor para se alimentar, exista quem acredite na falácia que, sob emprego errado do termo “popular”, pregue uma visão elitista, de quem na verdade não trabalha para comer, mas tem condições de comer bastante para atrapalhar.

De costas para a evolução tecnológica nos modos de produção, parecem defender (para os outros) a cultura da baixa produtividade, à la Idade Média, como se fosse virtude ignorar os séculos de avanço da ciência. Não há espaço, não é mais tempo e não sobra paciência para aguentar práticas divisionistas.

Santa Catarina é um estado que agrega. Tem uma agricultura altamente produtiva e pujante. “Enfrentar” o agronegócio é contrapor-se às cadeias produtivas que sustentam sua própria economia e respondem por um terço das riquezas do Estado, impulsionando também a geração de empregos na cidade.

Nosso Estado tem 183 mil propriedades rurais e mais de meio milhão de pessoas ocupadas diretamente com a atividade no campo. O setor do agronegócio superou marcos históricos em 2020, mesmo em meio à pandemia, e responde por 70% das exportações de Santa Catarina. Essas divisas fomentam atividades internas e ajudam outros setores, porque a economia não é estanque, ao contrário de quem defende – sem mal saber de que é disso que se trata – que a roda simplesmente pare de girar.

O agronegócio em Santa Catarina é sinônimo de geração de emprego, renda, movimentação da economia e crescimento direto e indireto em todos os demais setores envolvidos. Combatê-lo é tirar a chance de um futuro melhor para todos os que trabalham e produzem.

Tratar do tema com o viés sugerido pelo curso, dentro de uma universidade renomada, é um desrespeito com cada um de nós.

Altair Silva

Secretário estadual da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural

Veja na íntegra a nota Universidade Federal de Santa Catarina

Nota Oficial

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vem a público repudiar veementemente as narrativas construídas de forma midiática e enganadora, acerca de um de seus cursos de extensão, promovido pela Licenciatura e Educação do Campo, do Centro de Ciências da Educação (CED). 

A UFSC valoriza a pluralidade de ideias, o debate e a construção coletiva da realidade, eixos que estão na gênese da universidade pública, e que há mais de 60 anos fazem parte da atuação histórica desta instituição. Sustentada nos pilares do Ensino, Pesquisa e Extensão, a UFSC não se resume a um ou outro projeto. Se formos considerar a atuação da Universidade apenas no que diz respeito à produção catarinense, temos cursos, projetos de pesquisa e extensão em diversas áreas, com destaque ao Centro de Ciências Agrárias (CCA) e Centro de Ciências Rurais (CCR), no Campus de Curitibanos. 

Só nestes dois centros, na Extensão, a UFSC possui 208 projetos em andamento, que fortalecem o setor agrícola e agropecuário de Santa Catarina e do Brasil, dentre os quais podemos citar:

  • Produção de touros Bradford com foco na bovinocultura de corte;
  • Análise de alimentos para nutrição animal;
  • Consultorias em formulação de ração animal;
  • Avaliação de insumos agropecuários;
  • Suporte técnico-científico para empresas de base bionanotecnológica;
  • Reprodução animal com foco no aumento da produtividade catarinense;
  • Apoio à cadeia de produção de moluscos em parceria com as comunidades pesqueiras;
  • Estudos em nutrição animal com foco em ruminantes;
  • Apoio técnico ao setor de produção e transformação de alimentos;
  • Atendimento clínico, ortopédico e cirúrgico em bovinos e equinos;
  • Ações focadas em controle de doenças e pragas agrícolas;
  • Assistência técnica em vitivinicultura;
  • Cursos em hidroponia e hortifrutícolas;
  • Manejo sanitário e reprodutivo de cavalos, com vistas à preservação de espécies típicas de SC;
  • Manejo de solos com vistas à manutenção e aumento de produtividade;
  • Manejo e biossegurança dos pomares catarinenses, dentre tantos outros.

É ofensivo e inaceitável o desrespeito com o qual a UFSC vem sendo retratada.

A Universidade Federal de Santa Catarina é uma das instituições públicas que mais contribui para modernizar e impulsionar as grandes culturas catarinenses – com tecnologia, profissionais altamente qualificados e com seres humanos capazes de discernir o que é Ciência do que é opinião e desinformação.

Nossas parcerias com instituições como Epagri, Embrapa, dentre tantas outras são notórias e têm gerado ótimos resultados, inclusive com destaque nacional e internacional. 

A universidade, como a própria denominação sugere, constitui-se como universo plural, servindo como ambiente para o exercício livre e democrático da pesquisa, do debate e da reflexão em diversas áreas de estudos e pesquisas. Resumir o trabalho de milhares de profissionais, graduandos e pós-graduandos a linhas ideológicas a ou b serve tão somente para reforçar a danosa polarização que tem tomado conta de nosso debate público, a qual tem mais se preocupado em criar cisões do que pontes entre os saberes, pessoas e entidades.

Esta, definitivamente, não é a postura da Universidade Federal de Santa Catarina, que seguirá desempenhando o seu papel estratégico de cooperação e de diálogo junto à população catarinense e brasileira.

Administração Central

Universidade Federal de Santa Catarina

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