
As exportações de itens agrícolas brasileiros continuarão em alta ao longo de 2023, de acordo com previsões da consultoria Tendências, impulsionadas por fatores como problemas climáticos que afetaram a produção de grãos nos Estados Unidos e na Argentina. A expectativa é que o Brasil lidere as exportações de milho e farelo de soja no próximo ano, consolidando ainda mais sua posição no mercado global.
Em setembro deste ano, a balança comercial do Brasil fechou com um superávit recorde de US$ 8,9 bilhões, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic). Esse resultado é atribuído, em grande parte, à exportação de soja e milho, que se mantiveram em alta. As exportações alcançaram a marca de US$ 28,4 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 19,5 bilhões.
No acumulado do ano até setembro, o país acumulou um superávit comercial de US$ 71,3 bilhões, um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior, que registrou US$ 47,4 bilhões em superávit. Gabriela Faria, economista da Tendências, destaca que nesse período, as receitas de exportação permaneceram praticamente estáveis, com um aumento de apenas 0,3%, enquanto as importações caíram 10,9%. A Tendências projeta um superávit comercial de US$ 93,4 bilhões para o ano de 2023.
Faria também aponta uma queda de 17,6% nas importações em setembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado, devido principalmente à redução nas compras de gás natural, óleo combustível de petróleo e adubos e fertilizantes. No entanto, observa-se um aumento nas importações de veículos de passageiros e de motores e máquinas não elétricos.
Para os próximos meses, Gabriela Faria prevê que os preços de bens de consumo possam refletir a redução nas cotações de bens intermediários ocorrida recentemente. Além disso, os preços de bens industriais devem permanecer estáveis, com acomodação das pressões inflacionárias globais e queda na demanda global por bens, em favor de serviços.
No entanto, Faria alerta para possíveis impactos temporários da recente alta nos preços do petróleo nos mercados internacionais. No que diz respeito às quantidades importadas, espera-se uma desaceleração de acordo com o cenário de desaceleração da economia brasileira, que está sendo influenciado pela manutenção das taxas de juros em níveis elevados e pelas incertezas em relação à política econômica interna, o que já tem provocado um certo arrefecimento na demanda por bens industriais.
Cotações:
- Dólar: R$ 5,06
- Saca da soja 60Kg: R$ 139,69
- Saca de feijão carioca 60kg: R$ 189,44
- Saca de feijão preto 60kg: R$ 228,71
- Saca de milho 60 kg: R$ 57,47
- Arroba do boi: R$ 236,15
- Litro do leite: R$ 2,26