A Testosterona é o principal hormônio sexual do homem, e é o responsável pelas características masculinas, como a voz grossa e a força muscular. A partir dos 40 anos, os homens apresentam queda natural do seu nível de testosterona em cerca de 1% ao ano, podendo esta redução ocasionar perda de libido, dificuldade de ereção, cansaço e fraqueza, falta de disposição, perda de massa muscular e da densidade óssea, além de maior ganho de gordura.
Nem todos nós iremos apresentar a redução da testosterona na mesma velocidade. Algumas causas que podem acelerar a redução na testosterona incluem: Obesidade e síndrome metabólica, diabetes, álcool em excesso, dieta rica em produtos processados ou derivados da soja e privação de sono.
Com as queixas anteriores e após uma avaliação médica detalhada e realização de exames laboratoriais, o médico poderá iniciar a reposição da testosterona, sempre de forma individualizada para cada paciente, observando as características: suas atividades e rotinas diárias, sua preferência pessoal e sintomas a serem melhorados, além de patologias associadas e o custo do tratamento.
Esta reposição pode ser feita de várias formas: com uso de gel de testosterona, injeções semanais ou quinzenais, injeções trimestrais ou recentemente com o uso de implantes de testosterona, este com a vantagem de ter a maior duração entre todos os métodos, de até seis meses, além das doses mais estáveis ao longo do tratamento.
É importante ressaltar que por força da resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) nº 2.333/23, é proibido ao médico realizar prescrição de esteroides e anabolizantes para fins de ganho de massa muscular com finalidade estética e de desempenho esportivo, sem a dosagem reduzida no organismo. Esta resolução foi lançada para evitar os excessos encontrados no uso de hormônios sem indicação médica adequada.
A segurança da reposição de testosterona tem sido muito debatida nos últimos anos, com alguns mitos caindo por terra, embasados em trabalhos científicos de peso. Por exemplo, o estudo TRAVERSE não demonstrou diferenças no risco cardiovascular com o uso da testosterona, mesmo em homens com histórico de doença cardíaca. Outro mito é que a Testosterona causaria câncer de próstata, quando na verdade a literatura recente mostra uma redução de até 50% na incidência de câncer com a reposição hormonal realizada adequadamente.
Mais um cuidado a observar e que muitas vezes é ignorado por profissionais não especializados no uso da testosterona é a alteração na capacidade do homem ter filhos, levando com frequência à infertilidade, principalmente em homens jovens que usam a testosterona sem acompanhamento adequado ou em altas dosagens.
Para finalizar, ressalto que apesar da testosterona ser uma excelente medicação e com inúmeros benefícios aos pacientes, é muito importante que estes sejam acompanhados por um profissional habilitado e com experiência em manejar os raros, porém possíveis efeitos colaterais. Exames de laboratório e ajustes na dosagem ou forma de reposição podem ser necessários durante o tratamento. Por último, além do uso da testosterona, mudanças nos hábitos e estilo de vida do paciente, como a perda de peso e melhora da alimentação são fundamentais para a sua saúde.
Dr. Leandro Viecili. Urologista, CRM SC 8301 / CRM SP 109853 / RQE 5645.
Graduado em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau em 2008, fez residência em Urologia em Florianópolis além de Pós graduação em Urologia no Hospital Beneficência Portuguesa e Sírio Libanês de São Paulo.
Também é Pós Graduado em Cirurgia Robótica pelo Hospital Albert Einstein de SP.
É membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia, além de membro da Sociedade Americana de Urologia.
Consultório whats 49 98404 0010 e 3322 9493.
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