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O câncer é um problema de saúde pública no mundo, ocupando a primeira e segunda causa de morte na maioria dos países. A expectativa é que, em 2030, ele seja a principal causa, ultrapassando as doenças cardiovasculares. O envelhecimento populacional e o estilo de vida têm aumentado a incidência e a mortalidade por causa da doença.
Os dados descritos geram medo e insegurança, afinal, estamos diante de um diagnóstico com grande impacto. Mas, em paralelo, vivenciamos um avanço constante na área da oncologia, que impacta diretamente a rotina dos profissionais e pacientes. Essas mudanças surpreendem até os colegas médicos de outras áreas. Coincidentemente, ontem eu estava apresentando uma aula para médicos, e eles se mostraram incrédulos com os resultados positivos atingidos diante de uma situação tão grave.
É fundamental desmistificar todo o temor que envolve o diagnóstico de câncer, não com o intuito de romantizar a doença, mas de associar as informações corretas e atuais para proporcionar um melhor planejamento e estabilidade emocional para o paciente e seus familiares.
Nos primórdios da especialidade, os pacientes eram recebidos já bastante debilitados, submetidos a tratamentos com alta taxa de toxicidade — um caminho sem muita expectativa. O fim já era uma certeza. No momento atual, a doença pode ser um novo recomeço, uma oportunidade para novos planejamentos, desfazer-se de algumas certezas e traçar uma nova rota. Estamos trilhando um processo de diagnósticos mais precoces e, consequentemente, alcançando maior sucesso nas taxas de cura.
Os avanços nos tratamentos, aliados à experiência profissional, estão resultando em condutas mais assertivas e bem toleradas. E, em cenários com doença avançada ou metastática, a ciência tem contribuído significativamente, alterando muitos desfechos de forma positiva. Hoje, o oncologista já pode e deve ser, em muitas situações, um dos primeiros profissionais a receber, acolher e elaborar o plano de tratamento para o paciente e seus acompanhantes.
O avanço continua, e há muitas conquistas a serem alcançadas. Desafios e casos dramáticos ainda são realidades frequentes, mas o desenvolvimento da oncologia se sustenta diante das dificuldades. O envolvimento da área de forma multidisciplinar, incluindo genética, análises moleculares, inteligência artificial, radioterapia, cirurgias e cuidados paliativos, é um propulsor para esse novo tempo. Os dados epidemiológicos podem assustar, mas o conhecimento científico, associado a uma prática humanista, está revolucionando e ampliando o horizonte deste momento.
Dr. Rodrigo Santos
Oncologista Clinico
CRM/SC: 20608
Residência Clinica Medica – 2016 a 2018 Joinville/SC
Residencia Oncologia Clinica 2018 – 2021 Sao Paulo/SP Faculdade de Medicina no ABC paulista – FMABC.
Atua no centro de oncologia da UNIMED – Chapecó e Xanxerê
@oncologiarodrigo – Instagram