sábado, dezembro 14, 2024

Chapecoense – O time da cidade

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Foto: ClicRDC

Por Rangel Agnolin

É difícil falar sobre Chapecó sem citar a Chapecoense. O clube de 48 anos carrega a história da Capital do Oeste de Santa Catarina nos principais jogos do futebol brasileiro. A Chape é um ponto fora da curva na primeira divisão do campeonato nacional, pois está entre as três agremiações que não são de alguma capital do país. 

Fundado em 10 de maio de 1973, a Associação Chapecoense de Futebol é o maior, mais vitorioso e bem estruturado time de futebol profissional da região oeste de Santa Catarina. Sua origem está na década de 1970, quando a região possuía apenas alguns times amadores, sendo inexpressiva em relação ao futebol profissional.

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“A Chapecoense se une frente às dificuldades que Chapecó enfrenta em relação aos grandes centros. Surge como uma união de forças da cidade, sem grandes pretensões.  “Mas a Chape é uma equipe predestinada. Tem a capacidade de se superar diante dos maiores obstáculos e seguir escrevendo sua história”, diz Fernando Mattos, que trabalhou durante a reconstrução do clube após o trágico acidente aéreo e atualmente é comentarista no Grupo Condá de Comunicação. 

Símbolo desta reconstrução, Neto sobreviveu ao acidente que levava jogadores, diretores, membros da imprensa e convidados à Colômbia para a final da Copa Sul-Americana em 2016. Hoje ele é Superintendente de Futebol e participa do departamento responsável pelas contratações e gestão do principal produto do clube, os próprios jogadores.

“Eu me sinto em casa, porque Chapecó é um lugar para onde eu deveria ter vindo antes. Em 2011 eu tive o contato do Maurinho, do Maringá. Era o Mauro Ovelha, o treinador com quem eu já tinha trabalhado em 2010 e ele queria que eu viesse pra cá de qualquer jeito, mas o meu treinador, o Argel Fucks, não me deixou vir. Além disso, a cidade fica muito próxima de Francisco Beltrão (PR), minha esposa é daqui do lado. Eu tinha esse sonho na cabeça, de um dia jogar aqui, e acabei vindo para um clube da Série A, mais estruturado”, conta o ex-jogador e atual dirigente. 

Por ser uma cidade menor, o relacionamento dos jogadores com moradores é muito mais próximo. É comum que nós, torcedores, encontremos jogadores e dirigentes pelas ruas ou estabelecimentos comerciais. “Isso não existe em cidade grande e clube grande. Então, isso ajuda muito o atleta a se sentir mais em casa e também traz uma responsabilidade maior – você começa a entender que está na Chapecoense, que representa não só o clube e sim uma região. Estamos longe dos grandes centros e muita gente reclama. Eu me recordo que na primeira Série A muita gente reclamava que era muito longe. Você não vai ser favorecido em nada, vai ser uma luta. Essa proximidade com o torcedor, esse clima de Chapecó, faz com que a gente lute por uma região que respira isso aqui”, declarou Neto. 

Foto: ClicRDC

O clube ganhou destaque após uma ascensão meteórica da Série D à Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol. Em apenas seis anos, o Verdão do Oeste saiu da última divisão para figurar entre os 20 principais clubes do país. Junto a isso, com partidas atrativas e maior visibilidade, a cidade cresceu junto com a agremiação alviverde. 

“Você não consegue falar de Chapecó e da Chapecoense de maneira separada, um tem a ver com o outro. Por isso existe essa preocupação tão grande quando o time passa por um momento difícil porque a gente percebe, em conversas com dirigentes e pessoas que já passaram pelo clube, a preocupação”, diz Fernando Mattos, que esteve no clube entre janeiro de 2017 e maio de 2018. 

Neto é carioca e chegou em Chapecó em março de 2015. As 52 partidas dele em campo transformaram o ex-atleta em um dos principais nomes da história da Associação Chapecoense de Futebol. Após o acidente aéreo, o zagueiro iniciou uma luta para voltar aos campos, mas, infelizmente, o retorno não aconteceu. No final de 2019, Neto iniciou a carreira fora das quatro linhas. “Eu amo esse lugar, amo esse clube e essa cidade. Às vezes a pessoa gosta do clube, mas não gosta das pessoas ou da cidade e eu gosto de tudo que tem aqui. Algumas histórias, parece que Deus vai traçando na nossa vida. Eu tive uma lesão na cervical onde eu achei que não ia mais voltar a jogar futebol. (…) Aqui é um lugar que Deus já tinha preparado para eu montar a minha estrutura familiar, montar a minha história, e hoje eu percebo as histórias do passado e vejo que tudo caminhava para este lado. Era para eu permanecer aqui, independente de tragédia ou não, é um lugar em que eu me dei tão bem, tão a minha cara, tão simples”, disse. 

A Chapecoense é a cara de Chapecó, como diz o hino do clube: com bravura, muita raça e fervor, leva consigo o coração de uma cidade. “Chapecó é a minha casa, Chapecó é minha referência, o lugar que me acolheu e o lugar onde eu acolho as outras pessoas também. É onde os meus pais vem e se sentem super bem, amigos vêm e sentem vontade de ficar. Chapecó é um grande lar de pessoas de fora que permanecem e se tornam Chapecoenses de coração. Talvez seja o lugar mais acolhedor em que eu joguei futebol e vivi na minha vida”, finalizou Neto.


Confira

Você pode conferir essa matéria através do PodCast e também em Vídeo disponibilizado pelo ClicRDC.


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