Na noite desta terça-feira (26), 152 brasileiros de um total de 184 que estavam retidos na Venezuela foram liberados e regressaram ao Brasil. Cinquenta carros trazendo os brasileiros cruzaram a fronteira e foram levados para um posto onde estão recebendo atendimento médico e avaliação. Eles passarão por uma triagem e seguirão para Boa Vista, informou o Exército na noite desta terça-feira.

Foto: BRUNO KELLY / REUTERS
O grupo é composto por turistas e outros brasileiros que estavam em território venezuelano e não conseguiram retornar depois que a fronteira foi fechada por ordem do presidente Nicolás Maduro, na última quinta-feira. Os 32 caminhoneiros brasileiros que se encontram em solo venezuelano só deverão ser liberados nesta quarta-feira porque precisam passar pela alfândega.
Os brasileiros gritaram e comemoraram a volta ao país.
As negociações que levaram à liberação dos brasileiros foram conduzidas pelo vice-cônsul brasileiro em Santa Elena, Weverton Oliveira. Mais cedo, o vice-cônsul chegou a atravessar a fronteira para o lado brasileiro em busca de medicamentos para atender a cerca de cem brasileiros que se encontravam na cidade venezuelana. Eram principalmente remédios para hipertensão, analgésicos e anti-inflamatórios.
Inicialmente, a autorização para entrar no país foi limitada aos doentes, que incluíam pessoas recém-operadas.
“Estamos aguardando autorização de Caracas para poderem atravessar. Cem brasileiros pediram ajuda até ontem no consulado para atravessar. Temos senhoras recém-operadas e outros doentes. Está aumentando o número de brasileiros gradativamente. Este número deve crescer muito mais conforme aumenta o tempo de fechamento da fronteira. Ninguém está autorizado a passar, apenas os doentes” informou Oliveira à tarde.
Mais tarde veio a informação de que 13 brasileiros que estavam doentes obtiveram permissão de regressar ao Brasil.

Foto: Patrik Camporez
Na última quinta-feira, a Venezuela fechou a fronteira com o Brasil, dois dias antes do chamado “Dia D” estabelecido pela oposição para a entrada de ajuda internacional no país. As ajudas estavam sendo concentradas em Pacaraima, Roraima, e na cidade colombiana de Cúcuta. Com a fronteira fechada, nem os caminhões venezuelanos que viriam buscar mantimentos e remédios conseguiram entrar, nem os que já estavam no Brasil e na Colômbia conseguiram regressar ao país. O trânsito de pessoas também foi interrompido, e brasileiros e colombianos que estavam na Venezuela não conseguiram deixar o país.