Pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) realizaram uma visita técnica à primeira usina de hidrogênio verde em operação no estado. A instalação, localizada no Laboratório Fotovoltaico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Sapiens Parque, em Florianópolis, marca um avanço significativo na busca por soluções energéticas sustentáveis.
A visita, ocorrida em 30 de novembro, não apenas proporcionou insights valiosos aos pesquisadores da Epagri/Ciram sobre a tecnologia de hidrogênio verde, mas também estabeleceu os primeiros passos para uma colaboração futura entre a UFSC e a Epagri.
Segundo Carlos Eduardo Salles de Araujo, um dos pesquisadores presentes, a usina tem um potencial máximo de geração de 4,1 Nm3/h (normal metro cúbico por hora) de hidrogênio verde e produz até 1 kg de amônia por hora. O hidrogênio verde é obtido através da eletrólise da água, utilizando fontes de energia limpa e renovável, resultando em um processo sem emissões de CO2.
No caso da usina da UFSC, a energia necessária para o processo de eletrólise é fornecida por painéis fotovoltaicos, com a produção diária dependendo da irradiação solar. O hidrogênio gerado é comprimido e armazenado em cilindros de alta pressão, podendo ser utilizado posteriormente para produção de energia elétrica ou convertido em amônia. Esta última pode ser empregada como matéria-prima na produção de fertilizantes, produtos de limpeza, plásticos, borrachas e outros insumos.
A coordenação do Programa Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental da Epagri organizou a visita, que incluiu uma palestra ministrada pelo professor Ricardo Rüther, da UFSC, abordando os usos atuais e potencialidades futuras da energia fotovoltaica e do hidrogênio verde. Após a palestra, os técnicos da Epagri exploraram as instalações do Laboratório Fotovoltaico da UFSC e a planta de geração e armazenamento de hidrogênio verde.
Além do intercâmbio técnico, foram discutidas possíveis parcerias futuras entre a Epagri e a UFSC para o desenvolvimento de pesquisas e aplicações dessas tecnologias na agropecuária catarinense. Entre os planos está a estruturação de um projeto piloto para a instalação de painéis solares de dupla face suspensos sobre culturas agrícolas produzidas à sombra, visando aprimorar a eficiência da geração elétrica fotovoltaica e beneficiar o cultivo local.
