Na tranquila cidade de Maravilha, no coração de Santa Catarina, um pequeno jornal escolar chamado O Girafinha renasceu das cinzas do esquecimento para contar uma história notável sobre educação, memória e identidade cultural brasileira durante as décadas de 1970 e 1980. Publicado por estudantes e docentes da Escola Nossa Senhora da Salete, o periódico agora emerge como um testemunho valioso de uma época passada.
Uma janela para o passado
Nos anos 70 e 80, O Girafinha circulou como um veículo para expressar ideias, notícias e sentimentos da comunidade escolar. Com artigos que iam de anúncios de eventos locais a debates sobre questões sociais e políticas, o jornal refletia não apenas a vida escolar, mas também as transformações na sociedade brasileira. “Era uma forma de nós, estudantes, termos nossa voz ouvida, de participarmos ativamente da nossa educação e do nosso entorno”, relembra um ex-aluno.
Resgatando o Girafinha
A redescoberta dos exemplares do Girafinha, cuidadosamente preservados na biblioteca da Escola Nossa Senhora da Salete, revelou a riqueza de suas páginas como registros de culturas e memórias. “Esses jornais escolares são testemunhos de presentes passados, são memórias arquivadas”, afirma Cristiani Bereta da Silva, uma das autoras do estudo sobre o periódico. A análise desses documentos ilumina a importância dos jornais escolares como ferramentas pedagógicas e como registros históricos.
O Girafinha hoje
Em 2011, a iniciativa de relançar o Girafinha trouxe à tona a conexão entre as gerações passadas e atuais da Escola Nossa Senhora da Salete. “Estou emocionado por estar fazendo parte desse momento”, disse o diretor Odair Batistello na época. Hoje, o jornal renascido segue como um projeto pedagógico inovador, incentivando os alunos a explorarem a escrita, a leitura e a reflexão crítica sobre seu tempo e comunidade.
Legado e lições
O ressurgimento do Girafinha não apenas reacendeu o interesse pela história local e pela prática jornalística entre os jovens, mas também ressaltou a irrenunciável importância da escola como espaço de formação cultural e de memória coletiva. “Através de suas páginas, podemos ver indícios de entrecruzamentos entre culturas, história e memórias, refletindo as complexidades, beleza e importância do ambiente escolar”, destacam Silva e Vieira.
Em Maravilha, o pequeno Girafinha continua a inspirar, mostrando que o jornal escolar, muito mais do que um simples projeto pedagógico, é um pilar de comunidade, cultura e história que merece ser celebrado e preservado para as futuras gerações.
