Informações: G1
Um fato interessante vem ocorrendo com cobras de algumas áreas alagáveis na floresta amazônica, na região de Santarém (PA). Nos últimos anos, na época das cheias, de fevereiro a julho, um número grande de jararacas se concentra no alto das árvores que ficam acima da linha d’água. Algumas cobras se acolhem em grupos nestes locais.
Um fato que também chamou a atenção dos cientistas brasileiros é que esses répteis, que vivem no solo, estão passando por mudanças no seu cotidiano, para viver nas árvores. Elas podem estar se transformando em outra espécie, e se diferenciando das outras cobras que vivem nas regiões de terra firme da floresta.
O número de animais nas árvores é tão grande quanto como a da Ilha Queimada Grande, conhecida como Ilha das Cobras no litoral de São Paulo. O local na floresta se destaca por ter a segunda maior concentração de cobras por área no mundo: cerca de 45 répteis por hectare.
Segundo o pesquisador Rafael de Fraga, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), jararacas atrox são venenosas e responsáveis por mais de 90% das picadas em pessoas no norte do Brasil.
“Nas comunidades que visitamos, já houve acidentes que resultaram em morte de moradores”, conta Rafael.
“Por isso, eles enxergam as cobras aglomeradas como um perigo em potencial. Ainda mais pelo fato de que existem sérias restrições logísticas para que os comunitários tenham acesso ao soro antiofídico e ao tratamento hospitalar adequado no caso de ataques”, diz o pesquisador.
Para se livrar das cobras, os moradores partiram então para uma ação preventiva: todos os anos, durante a cheia dos rios, se organizam para caçá-las. Grupos saem em canoas capturando jararacas, com ajuda de alguns herpetólogos.
