Informações G1
No dia 2 de agosto, a primeira sexta-feira do mês 23 magistrados participaram do projeto da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ), que visa melhorar a empatia dos juízes e desembargadores.
A juiza do trabalho Adriana Leandro, de 50 anos foi telefonista de uma agência bancária por um dia, sem que colegas e superiores diretos soubessem de sua verdadeira profissão. E viu uma colega passar as 6 horas de expediente sem tomar um gole d’água.
“Não porque houvesse alguém impedindo, mas porque ela tinha tanto medo de perder o emprego, e se se levantasse não haveria ninguém pra fazer o atendimento, que ela simplesmente não tinha coragem de ir beber água”, conta Adriana.
Os magistrados passaram um dia na pele de outros trabalhadores. Eles fizeram aulas teóricas, um dia de treinamento e depois trabalham por um dia como faxineiros, garis, telefonistas, cobradores, ajudantes gerais.
“A empatia é essencial para todos, mas para nós especialmente, diariamente, a gente tem que se colocar no lugar do outro, se colocar na pele tanto do trabalhador, quando do empregador, para entender as dificuldades que eles enfrentam”, diz o juiz Thiago Mafra da Silva, também do TRT do Rio de Janeiro, que trabalhou um dia como gari para a Comlurb, a empresa de limpeza da cidade.
“O juiz que perdeu a capacidade de olhar com empatia para o outro, perdeu a capacidade de ser juiz”, diz Marcelo Augusto Souto de Oliveira, diretor da Escola Judicial e um dos responsáveis pela implementação da ideia.