Henry Kissinger, uma figura proeminente na política externa do século 20, faleceu aos 100 anos. O influente diplomata, nascido na Alemanha e imigrante nos EUA, superou desafios significativos, incluindo um sotaque estrangeiro e o fato de ser judeu em um período em que o governo de Richard Nixon era conhecido por suas inclinações antissemitas.
Naturalizado americano em 1943, Kissinger serviu no exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial e posteriormente construiu uma destacada carreira acadêmica em Harvard, que pavimentou seu caminho para a entrada na política. Ele desempenhou um papel crucial na formulação da “realpolitik”, uma abordagem pragmática nas relações internacionais.
Kissinger foi fundamental na aproximação histórica entre os EUA e a China e na assinatura de acordos de limitação de armas nucleares com a União Soviética. Como Secretário de Estado durante os governos de Nixon e Gerald Ford, desempenhou papéis de destaque nas negociações de paz no Vietnã e no Oriente Médio, além de apoiar o Paquistão contra a Índia.
Além de sua influência no governo, Kissinger desenvolveu uma relação especial com o Brasil e demonstrou um interesse particular pelo futebol. Após deixar o governo, ele continuou sendo uma figura pública influente por meio de sua consultoria, a Kissinger Associates, e como autor de diversos livros e artigos sobre política externa.
Embora sua figura seja controversa, com acusações de envolvimento em atos de guerra, Kissinger deixa um legado marcante e complexo na diplomacia mundial. Sua capacidade de navegar por desafios diplomáticos cruciais e moldar as relações internacionais faz dele uma figura histórica que será lembrada por suas contribuições e impacto duradouro.
