“Analisando os indicadores de criminalidade de todas as delegacias identificamos, ainda no ano de 2023, a necessidade de desenvolver um projeto específico para as mulheres vítimas de violência doméstica,” destacou o diretor de Polícia da Fronteira da Polícia Civil, delegado Fernando Callfass. O programa “Mulher Segura” foi apresentado, durante reunião na Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), com a presença do presidente da ACIC, Helon Rebelatto e do vice-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Chapecó (CDL), Amauri Batiston, para empresas associadas e entidades, como a OAB de Chapecó, que pudessem se tornar parceiras da iniciativa.
Callfass expôs dados do município de Chapecó preocupantes. De 2022 para 2023 os pedidos de medida protetiva de urgência para mulheres subiram 27,9%, foram 1.476 protocolos. O aumento nas ocorrências, no comparativo entre os dois anos, foi de 24,3% para os feminicídios, 55,5% para lesão grave ou gravíssima e 179,5% na violência psicológica.
Outro ponto ressaltado no encontro é a violência doméstica em dias de jogos de futebol. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública no dia em que o time da cidade joga, o número de ameaça contra mulheres aumenta 23,7% e o número de lesão corporal dolosa aumenta 20,8%.
Romper o ciclo da violência contra a mulher e evitar o feminicídio são os principais propósitos da campanha que será lançada em agosto para a comunidade chapecoense. “Desenvolvemos um material publicitário de fácil acesso e manuseio, com o objetivo de fomentar os canais de denúncia que a Polícia Civil de Santa Catarina dispõe hoje. A intenção é que essas vítimas ou seus familiares, vizinhos e conhecidos, possam trazer informações à polícia sobre possíveis casos de violência contra a mulher”, explicou Callfass. Serão disponibilizados cartazes em comércios, empresas, transporte público e flyers, além de outdoors patrocinados por empresas parceiras do programa.
ESTRATÉGIA PARA ENTRAR NAS CASAS
“Um ponto alto da divulgação é expormos nossa delegacia virtual, para que as mulheres não precisam se deslocar para fazer o boletim de ocorrência ou requerer medidas protetivas de urgência”, realçou o delegado. Callfass acrescentou que a campanha desenvolveu sacolas plásticas. “Desta forma entraremos nas casas de praticamente todas as famílias, não só de Chapecó, mas de toda a região. Envolvemos empresários e potencializamos a ação em mercados e supermercados, farmácias. Apresentaremos o programa para que eles compreendam a relevância deste movimento e a implementem.”
O presidente da ACIC, Helon Rebelatto, ressaltou a importância da iniciativa para a entidade, já que atualmente há um grande número de mulheres empreendedoras e associadas, como também empresários que devem debater o tema.
“Casos de violência doméstica estão cada vez mais em cena. Como representantes da classe empresarial, apoiamos o Programa Mulher Segura, no cuidado com as vítimas de violência doméstica, contribuindo para um ambiente mais seguro. As entidades podem colaborar na criação de uma rede de proteção mais eficaz e abrangente. Mulheres devem ter a liberdade de sonhar e viver sem opressão. Estamos juntos nesta causa,” frisou.
DENUNCIAR
A Polícia Civil oferece um canal principal, o disque 181. A mensagem não necessita de identificação, basta mencionar o município, endereço, ou informações para que o órgão possa iniciar a investigação. Além disso, existe o WhatsApp da Polícia Civil de Santa Catarina, disponível no número (48) 98844-0011, que poderá receber mensagens com fotos, vídeos e documentos.
A delegacia virtual pode ser acessada por meio do https://delegaciavirtual.sc.gov.br/.
Fonte: MB Comunicações