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Brasil conta com mais de 2 milhões de trabalhadores em plataformas digitais

Foto: Marcello Casal JR/Agência Brasil

Um estudo divulgado nesta quarta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra a dinâmica do trabalho por meio de plataformas digitais no Brasil, identificando os desafios enfrentados pelos trabalhadores nesse setor.

De acordo com a dados da Agência Brasil, no último trimestre do ano passado, a população ocupada de 14 anos ou mais de idade no setor privado totalizou 87,2 milhões de pessoas. Aproximadamente 2,1 milhões estavam envolvidos em trabalhos realizados por meio de plataformas digitais, e, dessas, 1,5 milhão, ocupada no setor privado e atuaram por meio de aplicativos de serviços, enquanto 628 mil trabalharam nas plataformas de comércio eletrônico.

Esses dados integram o módulo “Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais” da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e representam a primeira divulgação desse tipo de estatística pelo IBGE.

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O grupo das atividades de transporte, armazenamento e correio liderou, com 67,3% dos trabalhadores, englobando tanto o serviço de transporte de passageiros quanto os serviços de entrega, os quais são os aplicativos mais solicitados. Em seguida, o setor de alojamento e alimentação registrou 16,7%.

A categoria de emprego mais comum entre os trabalhadores de plataformas era “por conta própria” (77,1%). Apenas 5,9% eram empregados com carteira assinada, em contraste com os 42,2% de empregados com carteira no setor privado em geral. A predominância de trabalhadores por conta própria no trabalho em plataformas foi destacada pelo IBGE.

Entre os trabalhadores de plataformas, 52,2% (778 mil) atuavam principalmente por meio de aplicativos de transporte de passageiros, enquanto 39,5% (589 mil) trabalhavam em aplicativos de entrega de alimentos ou produtos. Os envolvidos em aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais representavam 13,2%, ou 197 mil.

Em termos de plataformas digitais mais utilizadas, os aplicativos de transporte particular de passageiros lideraram, seguidos pelos serviços de entrega de alimentos e produtos. Os aplicativos de táxi representavam 13,9%, e os aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais, 13,2%.

A pesquisa apontou que a região Sudeste apresentou o maior percentual de trabalhadores de plataformas digitais, com 2,2% da população ocupada nessa modalidade. O Sudeste também abrigava 57,9% (862 mil) do total de trabalhadores em plataformas no país. Nas demais regiões, o percentual de pessoas envolvidas em trabalhos por meio de aplicativos de serviços variava entre 1,3% e 1,4%.

A maioria dos trabalhadores de oportunidades era composta por homens (81,3%), percentual significativamente maior do que a média geral dos trabalhadores ocupados (59,1%). As mulheres representavam 18,7% desse grupo.

Em relação à idade, quase metade (48,4%) dos trabalhadores de plataformas digitais tinha entre 25 e 39 anos. Quanto à escolaridade, a maioria estava nos níveis intermediários, com predominância do ensino médio completo ou superior incompleto (61,3%).

Em relação ao rendimento, os trabalhadores de plataformas ganharam, em média, 5,4% a mais (R$ 2.645) do que a média de todos os ocupados (R$ 2.513). Eles também trabalharam mais horas semanais, com uma média de 46 horas em comparação com as 39,6 horas dos não envolvidos em plataformas.

O levantamento destacou diferenças significativas em termos de rendimento entre os trabalhadores das economias e aqueles que não atuavam nesse modelo. Por exemplo, os trabalhadores com níveis de escolaridade mais baixos e que usavam plataformas digitais ganhavam mais de 30% a mais do que seus pares que não usavam essas ferramentas. No entanto, entre aqueles com ensino superior completo, os trabalhadores de plataformas ganharam 19,2% menos do que aqueles que não usavam aplicativos de serviços.

A pesquisa também constatou que apenas 35,7% dos trabalhadores de economia eram contribuintes da previdência, em comparação com 60,8% dos ocupados no setor privado. Além disso, a informalidade era mais comum entre os trabalhadores de plataformas, com 70,1%, em comparação com 44,2% dos ocupados no setor privado. Esses dados referem-se exclusivamente ao trabalho principal das pessoas.

A coleta dos dados para o módulo iniciado Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da PNAD Contínua ocorreu no quarto trimestre de 2022, entre a população ocupada de 14 anos ou mais de idade, limitando-se ao setor público e militar e levando em conta o trabalho único ou principal que a pessoa tinha na semana de referência.

O IBGE enfatizou que, conforme a definição da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2021, como plataformas digitais de trabalho. Fonte: Agência Brasil

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