
Jair Bolsonaro reuniu cerca de 44,9 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (6), em um ato público em defesa da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Durante o evento, o ex-presidente discursou por cerca de 25 minutos, negou envolvimento com os ataques às sedes dos Três Poderes e afirmou que pretende concorrer novamente à Presidência da República.
“Eleições 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia, escancarar a ditadura no Brasil”, declarou.
Ato com apoio de governadores e políticos aliados
O ato contou com a presença de diversos nomes do cenário político nacional. Estiveram no palanque os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Jr. (PR), Jorginho Mello (SC), Ronaldo Caiado (GO), Wilson Lima (AM) e Mauro Mendes (MT), além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O evento teve como pauta principal o apoio ao projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e busca conceder anistia aos envolvidos na invasão e depredação dos prédios públicos em Brasília. Os apoiadores afirmam que as penas aplicadas aos condenados são “desproporcionais”.
Críticas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes
Em seu discurso, Bolsonaro direcionou críticas diretas ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais do 8 de janeiro.
“Só um psicopata para falar que aquilo que aconteceu no dia 8 de janeiro foi tentativa armada de golpe militar”, afirmou o ex-presidente, em tom de ataque.
Disputa eleitoral e inelegibilidade
Apesar de estar inelegível até 2030, Bolsonaro reforçou sua intenção de participar das eleições de 2026. Ele voltou a afirmar que é vítima de perseguição política e defendeu que sua ausência na disputa comprometeria a legitimidade do processo democrático.
Mobilização como estratégia política
A manifestação marca a tentativa do ex-presidente de reorganizar sua base de apoio e retomar protagonismo no cenário político nacional. Com forte apelo simbólico, o ato buscou pressionar o Congresso pela aprovação da anistia e reforçar a narrativa de injustiça contra seus apoiadores.
O número de participantes foi estimado em cerca de 44,9 mil pessoas, segundo monitoramento da Universidade de São Paulo. A Avenida Paulista foi fechada para o trânsito de veículos durante a manifestação.