![](https://files.clicrdc.com.br/wp-content/uploads/2023/10/gato-768x1024.jpg)
A esporotricose, uma micose que causa lesões na pele, está gerando preocupações crescentes na comunidade médica do Brasil e de outros países da América Latina. Transmitida principalmente por gatos, esta doença tem mostrado um aumento significativo em seu número de casos, conforme alerta o infectologista Flávio Telles.
Entendendo a Doença
A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis. Este microrganismo, quando entra em contato com a pele, pode causar lesões semelhantes a picadas de inseto. Em casos mais graves, a doença pode afetar órgãos internos, como pulmões, causando sintomas respiratórios.
Transmissão e Prevenção
A principal via de transmissão da esporotricose ocorre entre gatos e de gatos para cães e seres humanos. Mordidas, arranhões e contato direto com as lesões de animais infectados são formas comuns de disseminação. Para evitar a transmissão, é crucial isolar animais infectados e, ao manuseá-los, utilizar equipamento de proteção individual (EPI).
Além do Brasil, a doença também foi registrada na Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile, tornando-se um desafio de saúde pública na América Latina.
Dados e Estatísticas
O avanço da doença no Brasil tem sido notável. Em estados como Minas Gerais e Paraíba, os casos de esporotricose quase dobraram em um ano. No Paraná, o número de animais infectados disparou, mostrando que a doença também é uma grave ameaça à fauna.
Paraná: 181 casos humanos e 1.061 casos em animais (2022); 434 humanos e 2.453 animais (2023)
Apesar da preocupação, nem todos os estados têm notificado seus casos de forma sistemática. Isso, aliado à falta de uma notificação compulsória por parte do Ministério da Saúde, dificulta o controle e o mapeamento real da doença no país.
Tratamento e Medicamentos
A boa notícia é que a esporotricose tem cura. O tratamento, que pode durar de três a seis meses ou até um ano, é feito principalmente à base de antifúngicos. O Paraná destaca-se como um dos poucos estados que fornecem medicamentos para tratar a doença em cães, gatos e humanos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para humanos, utilizando medicamentos como itraconazol e formulações lipídicas de anfotericina B.
Recomendações e Cuidados
O manejo adequado da doença envolve isolar animais infectados e usar equipamentos de proteção ao manuseá-los. Ademais, é essencial que os animais suspeitos da doença não sejam abandonados ou descartados de forma inadequada, evitando assim a contaminação do solo.
O Dr. Flávio Telles destaca a importância de não culpar os gatos pela disseminação da doença. “Os gatos não são os vilões, mas sim vítimas”, alerta o especialista. Maltratar ou abandonar animais é crime e não contribui para o controle da doença.
Concluindo, é fundamental que a população esteja informada sobre a esporotricose, suas formas de transmissão e prevenção. Só assim, com a união de esforços entre a sociedade civil, profissionais de saúde e autoridades, será possível frear o avanço dessa doença preocupante.