
Não é de hoje que o número de casais que se divorciam, que dissolvem a sua união de qualquer forma que ela tenha sido enlaçada aumenta a cada dia, pois as relações sociais mudaram, e ouso a dizer que o implemento das redes sociais e o fácil acesso aos contatos, fragilizaram o conceito de respeito a entidade familiar, uma traição já não tem a mesma visão de reprovabilidade, falar em amor já não tem mais o mesmo sentido.
As consequências são desmedidas em razão de tais situações, os números de casos envolvendo violência doméstica e crimes passionais aumentam de forma exponencial, tornando-se fato preocupante, digno de delegacias especializadas, justiça especializada e campanhas como a recém lançada “mulher segura” da Polícia Civil de Chapecó, as quais tentam conscientizar para que os efeitos sejam minimizados.
Agora, o que mais preocupa este operador do direito, é a formação das crianças oriundas dessa sociedade doente. Muitas crianças são vítimas de alienação parental de ambos os lados, dos pais e mães, são utilizadas como objeto de negociação do então casal, para tentar denegrir a imagem do outro de modo a permitir vencer a batalha patrimonial ou sentimental envolvida.
Infelizmente não é incomum se utilizar dos filhos para barganhar em meio as relações dos pais, ouse um dos pais em pouco tempo aparecer com uma nova pessoa; ouse um dos pais lutar para que o filho mesmo após a dissolução mantenha a sua vida (ela ou ele está querendo dinheiro para suas coisas pessoais); pais querendo ter suas vidas próprias, e “esquecendo” os filhos com avós e parentes. Por aí vão tantas situações, sem falar naquelas e naqueles que usam dos filhos até mesmo em meio as suas promiscuidades e ilicitudes sociais.
Óbvio que não se está querendo generalizar, mas se está querendo chamar a atenção para um problema que parece interminável, as crianças estão adoecendo, e continuam sendo por vezes esquecidas em meio a sua educação e evolução do processo cognitivo.
A quantidade de casos envolvendo violência contra a criança aumenta de forma assustadora, a Justiça tem se preocupado para tomar cuidado para não revitimizar, criou figuras jurídicas como o depoimento especial (oitiva da criança vítima por especialistas e não pelos Juízes), programas de acolhimento… mas tudo seria mais fácil se os pais tivessem a responsabilidade de pensar nos seus filhos como prioridade e lembrar que eles são figuras centrais no processo de evolução deles.
Está na hora de ajustarmos nossa visão para aqueles que ainda não podem decidir se seus rumos sozinhos, pois a situação preocupa no dia-a-dia acompanhado em nossos escritórios. A Justiça está de olho, os programas envolvendo em sem números de entidades também, mas a saúde para uma criança se desenvolver com plenitude tem que partir de vocês papais e mamães.