terça-feira, maio 20, 2025
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Epagri alerta para alta infestação de cigarrinhas na safra de milho 2024/25 em Santa Catarina

Monitoramento da Epagri aponta média elevada de cigarrinhas-do-milho, mas destaca controle eficaz dos patógenos mais preocupantes na safra catarinense.

Foto: Divulgação/Epagri

O Programa Monitora Milho SC divulga o último informe referente à safra 2024/25. Realizado pela Epagri, em parceria com a Cidasc e a Udesc, além do apoio de diversas instituições, o programa acompanhou a incidência das populações de cigarrinhas-do-milho nas lavouras catarinenses durante 40 semanas nesta safra. 

O último levantamento aponta uma média de 85 cigarrinhas por armadilha por local, número considerado elevado pela coordenadora do projeto e pesquisadora da Epagri, Maria Cristina Canale. No entanto, ela observa que ao longo dos quatro anos de existência do projeto, os índices ao final da safra têm sido variáveis. “Em anos anteriores já foram encontradas na mesma época mais de 200 cigarrinhas por armadilha, enquanto em outros, registramos menos de 40”, observa. 

Apesar do alto índice de insetos observados durante a última semana de monitoramento, as notícias para os agricultores são positivas. Isso porque, o espiroplasma do enfezamento-pálido, uma bactéria bastante agressiva, não foi detectado com recorrência ao longo desta safra. A pesquisadora acredita que “a tendência é que não haja muita sobrevivência do espiroplasma no milho voluntário. Para isso, a recomendação é que o produtor elimine estas plantas durante a entressafra para que elas não sirvam de abrigo para as cigarrinhas”. 

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O Programa Monitora Milho SC examinou 1.649 armadilhas, instaladas em 53 lavouras no início da safra e em 13 ao final do período. Maria Cristina Canale destaca a relevância do trabalho desenvolvido pelas entidades parceiras, garantindo que as informações sejam repassadas aos produtores e à sociedade catarinense. “Graças à boa logística montada conseguimos analisar, não apenas as cigarrinhas em campo, mas examinar as amostras que chegam de todo o Estado ao laboratório da Epagri/Cepaf, em Chapecó. Aqui, os insetos são submetidos a testes moleculares bastante minuciosos para verificar a infecção”, diz.

A pesquisadora agradece aos extensionistas da Epagri e aos agentes da Cidasc que atuaram na coleta das cigarrinhas, bem como, aos pesquisadores e laboratoristas  que realizaram os exames ao longo desta safra. 

Na última semana, foram detectados os vírus do rayado-fino, do mosaico estriado, além da bactéria do enfezamento-vermelho. No gráfico é possível observar os índices de infecção detectados ao longo de todo o monitoramento, evidenciando a prevalência desses patógenos durante a safra. No entanto, um pico de 60% de infectividade pela bactéria do enfezamento-pálido foi registrado pouco antes da semana 19. Apesar disso, a bactéria pôde ser bem controlada e não foi mais detectada nas últimas semanas. 

O programa Monitora Milho SC coleta e divulga informações de todo o Estado, permitindo que o setor produtivo acompanhe a evolução da população de cigarrinhas e as infecções causadas por esses insetos. O ataque de cigarrinhas infectadas com os patógenos dos enfezamentos pode comprometer substancialmente a produção de lavouras de milho. Para acompanhar a situação, foi criado no começo de 2021 o programa Monitora Milho SC, uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, composto pela Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.

Aplicativo da Epagri apoia agricultores no monitoramento da cigarrinha

Para ajudar a cadeia produtiva no monitoramento e controle desse inseto em Santa Catarina, a Epagri desenvolveu o aplicativo Monitora Milho SC. O app, disponível para download gratuito, permite aos produtores e técnicos acompanhar a incidência da cigarrinha-do-milho em Santa Catarina para tomar decisões mais precisas sobre o manejo. Essa ferramenta também traz informações sobre a infectividade da cigarrinha com os patógenos do complexo do enfezamento: fitoplasma do enfezamento vermelho, espiroplasma do enfezamento pálido e vírus-da-risca.

Aplicativo permite acompanhar a incidência da cigarrinha-do-milho em Santa Catarina

Participação dos produtores

A pesquisadora Maria Cristina Canale, do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar da Epagri (Cepaf), explica que as informações geradas pelo monitoramento são fundamentais para a convivência da agricultura com a cigarrinha e as doenças transmitidas por ela. “Embora os enfezamentos já sejam conhecidos no país há algumas décadas, nós observamos que os surtos ocasionados por esses problemas têm sido bastante frequentes em todas as regiões produtoras do Brasil. Então é necessária a convivência do setor produtivo com o problema a partir de agora, inclusive aqui em Santa Catarina, com a participação ativa de todos os produtores envolvidos com a produção de milho, no manejo integrado regionalizado”, ressalta.

A cigarrinha-do-milho transmite doenças que podem levar a perdas de 100% nas lavouras

Como usar o aplicativo

O aplicativo Monitora Milho SC é simples de usar. Para acessá-lo, é necessário fazer um breve cadastro com e-mail e senha. Com o app instalado, o usuário tem acesso a um mapa de Santa Catarina com os pontos onde são realizados os monitoramentos das lavouras. Nessa área, é possível observar o nível populacional da cigarrinha-do-milho em diferentes regiões catarinenses.

Na aba sobre população, o usuário pode acompanhar semanalmente a quantidade de insetos nas lavouras monitoradas (média estadual) e também acessar uma tabela com informações sobre os municípios, com recomendações de manejo baseadas nos valores apresentados em cada local.

Informações sobre população de cigarrinhas e infectividade das amostras ajudam os agricultores e técnicos na tomada de decisões sobre o manejo

Além disso, é possível acompanhar a evolução da infectividade das amostras, com informações atualizadas sobre as lavouras monitoradas em diferentes municípios catarinenses. “O principal objetivo é deixar o produtor mais consciente na tomada de decisão a respeito do manejo da cigarrinha do milho na sua lavoura”, diz Cristina.

A recomendação da Epagri é que os produtores e técnicos mantenham uma rotina de acompanhamento dos dados do aplicativo, porque a situação de infectividade do inseto pode mudar de uma semana para a outra.

Envio de dados para os pesquisadores

Além de trazer informações sobre as doenças e o manejo integrado regionalizado, o app Monitora Milho SC permite ao usuário enviar informações para os pesquisadores da Epagri. Essa função foi criada para que os produtores e técnicos encaminhem fotos e coordenadas de locais onde for identificada a presença de milho voluntário.

“Esse milho é proveniente de grãos que caem do caminhão durante o transporte ou até mesmo na colheita. Uma vez no chão, ele vai dar origem ao milho de entressafra, que vai ser o local onde a cigarrinha poderá se abrigar, e também será reservatório para os patógenos do enfezamento”, explica a pesquisadora da Epagri. Ela reforça que eliminar o milho voluntário na entressafra é uma medida fundamental para proteger a safra seguinte.

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