Informações G1
O promotor William Garcia Pinto, coordenador do núcleo criminal do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que apura a tragédia em Brumadinho, afirmou que a consultoria alemã TÜV SÜD tem sido usada pela Vale para dificultar a fiscalização sobre a segurança de barragens no Brasil. A empresa foi responsável por atestar a estabilidade da barragem B1 da mineradora, que se rompeu no dia 25 de janeiro.
A declaração de William Garcia ocorreu durante evento em Belo Horizonte, que debateu a corrupção no Brasil e as investigações desses casos no país. Durante o painel, o promotor disse que a empresa alemã tem corrompido o modelo de certificação de estabilidade de barragens.
“A atuação da TÜV SÜD no Brasil nós entendemos que ela está dentro da lei de corrupção, em uma perspectiva mais ampla do conceito de corrupção. A atuação da TÜV SÜD foi determinante para obstaculizar ou dificultar as atividades dos órgãos de fiscalização e controle, a partir do momento em que eles certificam a estrutura da barragem e eles corrompem todo o modelo de certificação brasileiro de segurança de barragens”.
O promotor usou como exemplo uma investigação aberta pelo MPMG, em 2015, logo após o desastre da Samarco em Mariana. Na ocasião, William Garcia determinou a apuração da situação de todas as barragens em Brumadinho, inclusive, a B1, da Mina do Córrego do Feijão da Vale.
No boletim divulgado terça (19), a tragédia de Brumadinho contabilizava 209 mortos e 97 desaparecidos.