*Informações Diário Catarinense
O líder oposicionista da Venezuela Juan Guaidó desembarcou no aeroporto internacional Simon Bolívar, que serve Caracas, às 12h22min (13h22min em Brasília) desta segunda-feira (4).

Sua chegada foi pacífica e não houve impedimentos para o seu desembarque em solo venezuelano, de acordo com a TV Venezuela, sediada em Miami, que transmitiu ao vivo do aeroporto.
O oposicionista, reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, avisou em seu Twitter que havia chegado, após passar pela alfândega, e depois acrescentou: “Entramos na Venezuela como cidadãos livres, que ninguém nos diga o contrário”.
No domingo (3), em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, ele havia afirmado que retornaria à Venezuela para liderar as manifestações marcadas pelo país durante o Carnaval, sem dizer como faria para retornar.
O oposicionista passou a última semana viajando pela América Latina em busca de apoio para a condução de uma transição democrática.
Proibido de deixar a Venezuela, Guaidó teve as contas bloqueadas pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), alinhado a Maduro, e enfrenta agora a possibilidade de ser preso.
— Se o regime [do ditador Nicolás Maduro] se atrever a me sequestrar, será o último erro que ele cometerá”, disse, classificando seu retorno como um “desafio histórico”.
Guaidó repetiu as palavras da secretária-adjunta para assuntos do Hemisfério Ocidental do governo americano, Kimberly Breier, que afirmou na sexta (1º) que prender o oposicionista seria “o último erro que o regime cometeria”.
Crise diplomática
Os Estados Unidos – que não descartam uma opção militar na Venezuela -, a União Europeia e vários governos latino-americanos expressaram preocupação com a segurança na volta de Guaidó ao país venezuelano.

O vice-presidente americano, Mike Pence, tuitou que “qualquer ameaça, violência ou intimidação contra ele não vai ser tolerada e vai ter uma resposta rápida”. Pence acrescentou que o retorno seguro de Guaidó é um assunto de “alta importância para os Estados Unidos”.
Reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, Guaidó, de 35 anos, regressa de uma viagem pela Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador, que começou em 22 de fevereiro na cidade colombiana de Cúcuta, no âmbito da tentativa fracassada de entrada de ajuda humanitária.
Sua volta à Venezuela põe o governo em um dilema: se o prender, provocará uma forte reação internacional e interna, e se o deixar livre, colocará em evidência certa fraqueza.