sexta-feira, dezembro 12, 2025
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A idolatria que exercemos na política

Confira a coluna do jornalista André de Lazzari

Foto: Grupo Condá de Comunicação

Um texto enviado ontem (11) pelo ouvinte da Condá FM, Sergio Migliorini, foi compartilhado pelo colunista Írio Grolli no grupo de WhatsApp onde estão todos os colaboradores que participam das edições de quinta-feira do programa Sala de Debates. Ele é tão bom que eu tomei a liberdade de replicá-lo na edição de hoje na coluna. Não leia esta opinião achando que é direcionada a outra pessoa. Faça você uma reflexão interna e perceba se você está idolatrando ou já idolatra algum político na sua vida.

Sérgio cita de Friedrich Nietzsche, na obra “O Crepúsculo dos Ídolos”, esclarece a natural carência humana de alguém que a conduza, a oriente, ou seja, a dependência intrínseca de um guia: “Os judeus se sujeitaram a 400 anos de escravidão no Egito. Então surgiu um sujeito desconhecido chamado Moisés, que apontou o cajado para o deserto e disse: é para lá que vou conduzi-los e para lá nós iremos. E o povo judaico o seguiu até o objetivo, a Terra Prometida, Israel”.

Moisés era um ídolo ou um líder? Essa é a raiz da questão relatada por Nietzsche e que atinge parcela expressiva do povo brasileiro, conforme Migliorini: “A confusão analítica entre liderança e idolatria tem uma sutil diferença. O líder aponta o caminho, tem planejamento estabelecido e um objetivo a ser alcançado. Não omite os liderados sobre os sacrifícios, as dificuldades e o esforço individual e coletivo necessário para se chegar ao destino. O ídolo, pelo contrário, não tem planos a não ser os seus, ele simplesmente é seguido sem questionamentos pelas massas”.

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Conforme Sergio, muitos imperadores romanos, para subjugar o povo, ofereciam pão e circo. Assim eles, mesmo não liderando, eram idolatrados e em contrapartida escravizavam seus idólatras: “O líder raramente é amado, mas sempre seguido. E no Brasil, qual foi nosso último líder? Pergunta difícil de ser respondida! É a nossa carência crônica de lideranças que nos coloca no atraso que nos encontramos”.

Migliorini afirma que o ex-presidente Juscelino Kubitschek, com seu planejamento “Brasil: 50 anos em cinco”, teria sido o nosso último líder: “Lula e Bolsonaro nunca foram líderes, e nunca serão. Lhes faltam muitos predicados para tal. Eles são ídolos. E a idolatria é um pecado bíblico. Porém, pela nossa carência natural de um líder, suprimos sua falta por um ídolo. Aí reside o perigo”.

Para Sérgio, Cazuza era um ídolo, assim como Anitta, Bolsonaro, Lula, Pablo Escobar e Xuxa: “O idólatra não vê e se vê recusa a aceitar seus defeitos; e quando os percebe, tenta justificá-los pela semelhança dessas mazelas também encontradas nos seus adversários. Ou seja, um erro justificando o outro. E qual é essa droga escravizante? A ideologia! Adotar, sem questionamentos, como se fosse sua a ideia de um terceiro, e lutar até o fim por ela”.

Por que muitos líderes foram assassinados? Jesus, Mahatma Gandhi, Jacque deMolay, Abraham Lincoln, John Kennedy, Martin Luther King e tantos outros? Para Migliorini, a resposta está em não terem oferecido pão e circo: “Pelo contrário, mostravam que a recompensa prescindia de muitos sacrifícios e renúncias, mas ao atingir o objetivo coletivo ela seria sua. É essa carência que nos coloca sob o jugo de um ídolo que nos oferece facilidades, esmolas, subsídios e em contrapartida nos rouba o futuro”.

Conforme Sérgio, as pessoas sabem disso, mas a idolatria os deixa cegos e não os permite criticar seus defeitos: “Hitler era um ídolo, que prometia o mundo aos eleitos da raça ariana. Era um assassino, psicopata, mas idolatrado. A partir dessas reflexões, deixei de idolatrar pessoas ou partidos e tenho procurado ser um servo da minha consciência, até que surja um líder para nos mostrar um novo caminho melhor, sem pão e circo. Valem nossas orações para que ele um dia apareça!”, conclui.

Recadinhos

  • A Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Chapecó propôs um projeto de resolução para instituir o Selo Oficial de Reconhecimento aos escritórios de contabilidade que mais contribuíram com os Fundos Municipais.
  • Os fundos em questão são os dos Direitos da Criança e do Adolescente, e da Pessoa Idosa. O projeto estabelece critérios objetivos de apuração e define procedimentos para entrega do selo.
  • A justificativa da mesa diretora para a criação do Selo Oficial de Reconhecimento tem por objetivo fomentar uma cultura de cooperação entre o setor privado e o poder público, promovendo o fortalecimento das políticas sociais.
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