sexta-feira, novembro 21, 2025
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Planejamento da Lavoura: Procedimento para uma assertiva correção do solo

Confira;


Quando realizamos a coleta de solo para conhecer o estado atual da fertilidade, precisamos ter em mente que a amostragem correta é essencial. Isso envolve dividir a área em glebas homogêneas — que receberam o mesmo manejo ao longo do tempo —, coletar na profundidade adequada (representando o ambiente explorado pelas raízes), utilizar um amostrador apropriado (pá ou trado calador), reunir de 15 a 20 subamostras por gleba (quanto mais subamostras, maior a representatividade) e escolher pontos aleatórios seguindo um caminhamento em zigue-zague. Esses cuidados garantem que o solo enviado ao laboratório represente, de fato, a área cultivada.

Vamos a um cálculo simples, mas importante.
Ao coletarmos solo em uma área de 5 hectares cultivada com milho, estamos falando de 50.000 m². Se a coleta ocorrer de 0 a 10 cm de profundidade, teremos 5.000 m³ de solo. Considerando uma densidade de 1 g/cm³ (ou 1.000 kg/m³), isso equivale a 5.000.000 kg de solo.
No laboratório, porém, chegam apenas 300 a 500 g desse material para análise completa — e, desses, podem ser utilizados apenas 50 g nos procedimentos. Ou seja: 50 g representam toda a lavoura, que possui 5.000.000 kg de solo.

Veja a importância de uma coleta bem feita. Cada lavoura é única e necessita de uma análise específica. Se esse princípio não for respeitado, interpretaremos o solo como se todas as áreas fossem iguais — o que não corresponde à realidade. O laboratório não corrige erros de amostragem; ele simplesmente analisa o material recebido. Portanto, a responsabilidade pelo sucesso da interpretação e da recomendação agronômica começa no momento da coleta.

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Imagine precisar fazer um exame de sangue e enviar seu irmão no seu lugar. É impossível dar certo — são pessoas diferentes, com hábitos e históricos distintos. O mesmo acontece com as lavouras. Cada área possui um histórico próprio: calagem, adubação orgânica ou mineral, plantas de cobertura, silagem, pousio, monocultivo, policultivo, rotação de culturas ou presença de palhada. Se o histórico é diferente, a lavoura também será, independentemente da cultura que virá depois (milho, trigo, soja ou pastagem).

Uma coleta correta, um laudo bem executado e uma interpretação assertiva com recomendação adequada de calagem e adubação formam o ponto de partida para o sucesso da lavoura, pomar, horta ou pastagem. É fundamental seguir o procedimento correto para fornecer à planta exatamente o que ela necessita. A planta possui uma demanda de nutrientes: parte vem do solo, e o restante deve ser complementado pela adubação — na dose certa, na formulação certa, no momento certo e da forma certa.

Abraço aos amigos leitores.

Anderson Clayton Rhoden
Professor no Curso de Agronomia — UCEFF

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