
A deputada conservadora Sanae Takaichi, de 64 anos, foi eleita nesta terça-feira (21) como primeira-ministra do Japão, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo, após uma votação inicial da Câmara Baixa do Parlamento japonês. A nomeação será oficializada após encontro com o imperador Naruhito.
Ela assume o cargo em meio a um cenário político delicado: seu partido, o Partido Liberal‑Democrata (PLD), que governa quase ininterruptamente desde 1955, perdeu recentemente sua maioria nas duas câmaras devido a escândalos e deslocamentos de coligados. A fim de garantir apoio, Takaichi formou uma nova aliança com o Partido Japonês para a Inovação (Ishin), resultando em 231 assentos, ainda abaixo da maioria absoluta.
A nova premiê prometeu conduzir uma agenda focada na economia e segurança, seguindo em parte o legado do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, com estímulos fiscais e estímulo ao crescimento, em meio a desafios como o envelhecimento da população e elevada dívida pública.
Apesar de quebrar uma barreira histórica por ser a primeira mulher no cargo, sua política de gênero gera controvérsia: embora tenha prometido um governo com maior participação feminina, ela se opõe a mudanças como o sobrenome único para casais ou sucessão de mulheres no trono imperial.