
O governo dos Estados Unidos entrou em paralisação nesta quarta-feira (1º) após o Congresso não conseguir aprovar um projeto orçamentário para estender o financiamento federal. A falta de acordo provoca o chamado “shutdown”, que deve suspender uma série de serviços públicos já nas próximas horas e afeta diretamente servidores e a população.
Esta é a 15ª paralisação desde 1981, e no centro do impasse está a saúde. Os democratas condicionam a aprovação do orçamento à renovação de programas de assistência médica prestes a expirar, enquanto os republicanos, liderados pelo ex-presidente Donald Trump, defendem que o tema seja tratado separadamente.
Sem autorização para gastar, milhares de servidores serão colocados em licença, enquanto outros, responsáveis por serviços essenciais, como segurança pública e controle aéreo, seguirão trabalhando sem salário. A Casa Branca classificou a crise como um “shutdown democrata”, enquanto opositores acusam Trump e seus aliados de travar as negociações por interesse eleitoral.
Na noite de terça-feira (30), senadores tentaram aprovar a proposta orçamentária, mas ela recebeu apenas 55 dos 60 votos necessários. O colapso das negociações ocorreu mesmo após reuniões na Casa Branca entre lideranças republicanas e democratas, que trocaram acusações sobre quem seria o culpado.
Entre os impactos imediatos estão atrasos em voos, fechamento de museus, parques nacionais e zoológicos, além da suspensão de visitas a pontos turísticos como a Estátua da Liberdade e o National Mall. Para a população, benefícios de aposentadoria e invalidez seguem ativos, mas tribunais federais, Receita Federal e programas de assistência alimentar podem sofrer cortes se a paralisação se prolongar.
No setor militar, cerca de 2 milhões de soldados permanecem em atividade, mas mais da metade dos 742 mil funcionários civis do Pentágono deve ser afastada. Visitas oficiais e encontros diplomáticos também devem ser cancelados.
A última paralisação ocorreu entre 2018 e 2019, no primeiro mandato de Trump, e foi a mais longa da história, durando 35 dias. O custo estimado daquela crise foi de US$ 3 bilhões.