
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) participou de debate sobre desafios, avanços e estratégias para o fortalecimento da rede de atendimento oncológico em Santa Catarina, nesta quarta-feira, 20, em audiência pública na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Estiveram reunidos representantes da Comissão de Saúde, da Associação Brasileira de Portadores de Câncer (AMUCC), do poder público, profissionais da saúde, entidades da sociedade civil, pacientes e especialistas na área. Os participantes elogiaram a atuação do Governo do Estado.
“Durante o debate, com foco no diagnóstico precoce, conseguimos demonstrar todas as ações do Governo do Estado para reduzir o sofrimento das pessoas com ampliação de serviços, estratégias em conjunto com os municípios, rede filantrópica, voluntariado, todos que estão envolvidos no combate, no tratamento e no diagnóstico em tempo adequado do câncer em Santa Catarina. Podemos evidenciar que Santa Catarina avançou muito, está melhor que boa parte do país. Mas claro que temos desafios e podemos, nesse debate, mostrar e conversar, apresentar as ideias, o planejamento e a execução do Governo do Estado em parceria com os municípios para atender melhor o cidadão catarinense, pois quem tem câncer tem pressa”, destaca o secretário de Estado da Saúde Diogo Demarchi.
Desde 2023, o Governo do Estado tem apoiado os municípios financeiramente para a realização de exames, também com o credenciando novos serviços. Além disso, está sendo realizado o repasse anual de R$ 30 milhões aos Consórcios Intermunicipais de Saúde para realizarem os exames à população da região, entre eles endoscopia, colonoscopia, mamografia e ultrassonografia.
Outra ação importante é o Painel Oncologia SC, que está disponível de forma pública no Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS de Santa Catarina (Cieges SC), portal da transparência da SES. “Com relação à cirurgia oncológica, o painel mostra que saímos de menos de 50% das pessoas que faziam a cirurgia em até 60 dias, para mais de 70% que realizam nesse tempo atualmente”, explica o secretário.
A cirurgia oncológica é considerada tempo sensível, procedimento em que o paciente não pode esperar por muito tempo. O Governo do Estado implantou estratégias importantes para aumentar a capacidade de atendimento de forma mais célere a esses pacientes. Uma delas foi a separação das cirurgias oncológicas das eletivas. Aliado a isso, foi ampliada a rede hospitalar oncológica pelo SUS; implantação da Política Hospitalar Catarinense com incentivo fixo mensal; e a Tabela Catarinense de procedimentos com pagamento mediante produção.
“O governador Jorginho Mello também deu encaminhamento para outras estratégias em conjunto com os municípios e de forma sustentável. Teremos as carretas, inclusive em regiões que temos mais dificuldade na execução, com exames de mamografia, ultrassom, relacionados à biópsia e a outros tipos de diagnósticos. Criamos um financiamento para as Redes Feminina de Combate ao Câncer, com a ajuda da Alesc, e iremos iniciar os pagamentos e fomentar também essa execução dos exames por elas”, acrescenta o secretário.
Na visão do secretário Diogo Demarchi, todos os atores envolvidos nos avanços do diagnóstico e tratamento oncológico deveriam estar presentes no debate. O Sistema Único de Saúde (SUS) possui uma gestão compartilhada – União, Estados e Municípios – que visa garantir a descentralização e a regionalização dos serviços de saúde, adaptando-os às necessidades locais.
“O SUS incorporou 36 novos medicamentos, mais de 30 são para oncologia, incorporou, mas não financia. No último ano, o governo do Estado investiu mais de 500 milhões em remédio oncológico. As novas tecnologias, o Estado pode fazer, estamos abertos, queremos fomentar e avançar e dar resposta para o cidadão, mas tem que se entender as responsabilidade. Faltou o ente governamental da União. Para avançarmos ainda mais”, disse. Ele informou que o governo do Estado colocou 16% do orçamento na saúde.
Compuseram a mesa, o deputado Neodi Saretta, presidente da Comissão de Saúde; o Dr. Carlos Gustavo Crippa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia e médico do Cepon; Dra. Aline Patrícia Bianchini, presidente da Sociedade Catarinense de Radiologia; o Dr. Marcelo Zanchet, diretor-geral do CEPON; e a Iriana Koch, diretora da Associação Brasileira de Portadores de Câncer (AMUCC). Ainda estiveram presentes profissionais da Secretaria de Estado da Saúde, do Cepon e integrantes da Amucc.
Tratamento oncológico em SC
Santa Catarina possui uma rede de saúde pública estruturada para atender os pacientes oncológicos desde a Atenção Primária até o atendimento especializado, com cobertura em todo o território catarinense. Na rede especializada, conta com 19 hospitais habilitados que disponibilizam consultas, exames, radioterapia, quimioterapia, cirurgias, imunoterapia e terapia hormonal. O tratamento varia de acordo com o estágio da doença. Em 2024, foram realizadas mais de 11 mil cirurgias oncológicas no estado pelo SUS.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, em 2025, estão previstas 39.600 ocorrências de neoplasias em Santa Catarina, sendo 4.670 em Florianópolis. O câncer de mama feminina, próstata, e colorretal são os mais incidentes no estado.