
O cantor, compositor e multi-instrumentista Arlindo Cruz morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, no Hospital Barra D’Or, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por sua esposa, Babi Cruz. O artista convivia desde 2017 com graves sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico e estava internado desde março deste ano para tratar uma bactéria resistente, consequência de uma pneumonia.
Natural do Rio de Janeiro, Arlindo era um dos sambistas mais respeitados do Brasil. Mestre do cavaquinho, banjo e violão, iniciou sua formação musical ainda jovem na escola Flor do Méier. No início da carreira, tocou em rodas de samba ao lado de nomes como Candeia, Beth Carvalho, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho e Sombrinha.
O artista integrou o grupo Fundo de Quintal por 12 anos, gravando sucessos como Seja Sambista Também, Só Pra Contrariar e O Mapa da Mina. Também brilhou como compositor de sambas-enredo da Império Serrano, sua escola de coração, com obras marcantes entre 1996 e 2007.
Em 2017, durante o banho, sofreu o AVC que comprometeu a fala e os movimentos. Desde então, passou por várias internações e tratamentos, mantendo, segundo familiares, a capacidade de compreender e interagir.
Em nota, a família descreveu Arlindo como “um poeta do samba, homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou a vida a levar música e amor a todos”. O comunicado destacou que o sambista deixa “um legado imenso para a cultura brasileira e um exemplo de força, humildade e paixão pela arte”.
O Brasil se despede de um dos maiores nomes do samba, cuja música seguirá ecoando e inspirando novas gerações.