
A União Europeia anunciou nesta sexta-feira (16) a suspensão temporária das importações de carne de frango do Brasil, após a confirmação do primeiro foco de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
A medida segue protocolos sanitários previamente acordados entre o Brasil e o bloco europeu, que preveem o embargo automático em caso de detecção da doença em granjas comerciais. A suspensão representa um novo desafio para o setor avícola brasileiro, que já havia sido afetado nesta semana pela decisão da China de interromper as compras do mesmo produto por 60 dias.
O governo brasileiro, por meio do Ministério da Agricultura, está negociando com a União Europeia para que o embargo seja regionalizado — ou seja, restrito ao estado do Rio Grande do Sul ou à cidade de Montenegro, onde o foco foi registrado. Essa abordagem já foi adotada por outros países, como Japão, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Arábia Saudita e Argentina, que optaram por manter as importações de outras regiões brasileiras.
Apesar da gravidade da situação, o Ministério da Agricultura reitera que a gripe aviária não é transmitida por meio do consumo de carne ou ovos e que o risco de infecção em humanos é extremamente baixo, normalmente restrito a pessoas que mantêm contato direto com aves doentes. Medidas sanitárias emergenciais, como o abate das aves afetadas e o isolamento da granja, foram imediatamente implementadas para conter o avanço do vírus.
Segundo Fávaro, as tratativas com a China e a União Europeia visam demonstrar que o Brasil tem capacidade técnica para controlar rapidamente os focos e garantir a segurança do produto. “Há a possibilidade de que as exportações sejam retomadas antes mesmo do prazo estabelecido pela China, caso comprovemos a erradicação total do foco”, disse o ministro.
O setor avícola brasileiro, um dos maiores exportadores mundiais de carne de frango, acompanha com apreensão os desdobramentos. A suspensão das exportações para grandes mercados, mesmo que temporária, pode causar impactos econômicos expressivos e pressionar os preços no mercado interno.