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Acordo EUA-China reduz tarifas por 90 dias e abre janela de oportunidades e riscos para o Brasil

Trégua temporária na guerra comercial entre Estados Unidos e China pode impactar exportações brasileiras, provocar reações nos mercados e exigir atenção estratégica do setor produtivo nacional

Prof. Givanildo Silva – Doutor em Ciências Contábeis e Administração.

Redução de tarifas entre potências globais reconfigura cenário internacional

Neste fim de semana, Estados Unidos e China anunciaram um acordo comercial histórico que prevê a redução drástica de tarifas sobre produtos de ambos os países por um período inicial de 90 dias. A medida, que entrou em vigor nesta segunda-feira (12), visa reduzir as tensões de uma guerra comercial que há anos impacta o comércio global.

Com base no novo pacto, os Estados Unidos reduzirão tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China baixará suas tarifas sobre itens americanos de 125% para 10%. Além disso, 91% das tarifas existentes foram canceladas e outros 24% suspensos, criando um ambiente de alívio econômico temporário para os dois países.

O acordo foi firmado após reuniões em Genebra, envolvendo o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e o vice-premiê chinês, He Lifeng. Ambos os lados reforçaram a necessidade de evitar o desacoplamento econômico e avançar em busca de um comércio mais estável.

- Continua após o anúncio -

Efeitos imediatos nos mercados globais

O anúncio gerou reações positivas imediatas nos mercados financeiros. Bolsas de valores subiram em várias partes do mundo e o dólar se valorizou. Investidores interpretaram o movimento como um sinal de descompressão nas tensões econômicas entre as duas maiores potências globais — um fator que vinha gerando instabilidade e receios sobre desaceleração do crescimento mundial.

A China também prometeu eliminar outras medidas não tarifárias, como restrições às exportações de terras raras e barreiras a empresas americanas, indicando um movimento mais amplo de abertura comercial.


O impacto para o Brasil: entre oportunidades e desafios

Apesar de ser um acordo bilateral, os reflexos da medida reverberam no Brasil — terceiro maior exportador para a China e importante parceiro dos EUA em setores como energia, proteínas e minerais.

1. Potencial para aumento das exportações agrícolas
Com a trégua, há a expectativa de que a China continue diversificando suas fontes de abastecimento, especialmente de soja, carne bovina e frango, onde o Brasil é um dos líderes mundiais. Esse movimento pode reforçar o protagonismo brasileiro como parceiro confiável, sobretudo em meio às incertezas de longo prazo do acordo.

2. Concorrência reforçada no mercado chinês
Por outro lado, a entrada mais facilitada de produtos norte-americanos na China pode aumentar a competição, pressionando os exportadores brasileiros — especialmente em segmentos nos quais Brasil e EUA disputam o mesmo mercado. O setor de carnes, etanol e tecnologia agrícola podem sentir esse impacto.

3. Volatilidade cambial e nos investimentos
Com a instabilidade estrutural do acordo — que tem duração prevista de apenas três meses — os mercados podem oscilar nos próximos dias. Isso inclui volatilidade no dólar, flutuações no preço de commodities e decisões de investidores estrangeiros quanto ao Brasil. A instabilidade pode afetar desde a balança comercial até o comportamento de capitais externos.


Atenção redobrada e visão estratégica no horizonte

Economistas e analistas avaliam que o Brasil deve aproveitar o momento para reforçar sua posição nos mercados globais, diversificar seus parceiros e avançar em reformas que melhorem o ambiente de negócios. Além disso, o setor público pode usar a janela aberta pelo acordo para estreitar relações com a China e com os EUA, evitando ser prejudicado por acordos bilaterais que excluam o país.

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