
Movimento estratégico para ampliar representação
PSB, PDT e Solidariedade estão em negociações avançadas para formar uma federação partidária com foco nas eleições gerais de 2026. A união busca consolidar uma frente de centro-esquerda que assegure maior presença no Congresso Nacional e enfrente com competitividade a exigente cláusula de barreira, que impõe metas mínimas de desempenho eleitoral para acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda.
As conversas são lideradas por Carlos Siqueira, presidente do PSB; Carlos Lupi, presidente do PDT; e Eurípedes Júnior, presidente nacional do Solidariedade. As reuniões têm sido frequentes e com boa receptividade entre as direções partidárias.
Cidadania pode se somar à aliança
Após o anúncio do fim da federação com o PSDB, o partido Cidadania, presidido por Roberto Freire, passou a dialogar com PSB, PDT e Solidariedade como possível novo destino federativo. A sigla avalia que a antiga aliança não trouxe os ganhos esperados e vê na nova composição uma oportunidade de reposicionamento político.
Desafios para a consolidação da federação
Apesar do avanço nas conversas, ainda há obstáculos a superar. Divergências regionais entre as siglas, como no Ceará, e a necessidade de um alinhamento programático mais robusto estão entre os pontos que exigem consenso. Além disso, há ceticismo por parte de algumas lideranças, como o próprio Carlos Lupi, sobre a eficácia das federações, diante das experiências anteriores.
Histórico da cláusula de barreira
Criada para reduzir a fragmentação partidária, a cláusula de barreira foi introduzida por emenda constitucional em 2017 e passou a valer progressivamente a partir de 2018. Para 2026, os partidos precisarão eleger ao menos 13 deputados federais distribuídos por um terço dos estados ou atingir 2,5% dos votos válidos na eleição para a Câmara, com presença mínima em nove unidades da federação. Partidos que não cumprirem a exigência ficam sem acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e TV.
Prazo e impacto eleitoral
A expectativa é de que a federação seja oficializada até o final de 2025, a tempo de influenciar os rumos das eleições do ano seguinte. A formação poderá contribuir para a sobrevivência e o fortalecimento dos partidos envolvidos, especialmente os que enfrentam dificuldades para atingir os limites impostos pela legislação eleitoral.