
Rede de sindicatos desviou bilhões de aposentados e pensionistas via INSS
Uma investigação da Polícia Federal revelou um dos maiores esquemas de fraude da história do INSS, que teria desviado mais de R$ 6 bilhões das contas de aposentados e pensionistas. A operação batizada de Sem Desconto demonstrou como sindicatos e entidades associativas falsificavam autorizações para aplicar descontos não autorizados via folha de pagamento do INSS.
O mais alarmante é que a prática se intensificou desde o início do atual governo, atingindo picos mensais de arrecadação. Entre os envolvidos, estão 11 sindicatos afastados pela Justiça, e um deles tem como vice-presidente Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Descontos pequenos, roubo gigante
O esquema funcionava com valores baixos — como R$ 10, R$ 20 ou R$ 50 — retirados mensalmente das contas dos beneficiários, sem qualquer autorização. O golpe era difícil de detectar, justamente por ser sutil, e muitos acreditavam se tratar de mais um imposto.
A quadrilha falsificava documentos para destravar as contas dos aposentados, que normalmente vêm bloqueadas para evitar descontos. A prática burlava o sistema de proteção do INSS, permitindo o desvio em massa.
O silêncio da gestão: cinco presidentes e nenhum controle
Desde 2019, o INSS passou por cinco presidentes. O mais recente foi afastado pela Justiça e pediu demissão, após o escândalo vir à tona. A pergunta que paira é: como uma fraude dessa magnitude passou despercebida durante tantos anos?
A responsabilidade recai também sobre o ministro da Previdência, Carlos Lupi, que nomeou o presidente afastado e vem sendo pressionado a deixar o cargo. Até o momento, o governo não sinalizou novas medidas estruturantes para impedir que o sistema continue vulnerável.
Sistema emperrado para quem precisa, escancarado para fraudadores
Enquanto cidadãos enfrentam filas, greves, falta de peritos e esperas que ultrapassam 200 dias para conseguir um benefício, criminosos acessam o sistema com facilidade. O INSS, que administra 39 milhões de benefícios por mês, tornou-se um verdadeiro cofre aberto para grupos organizados.
As denúncias não são recentes: as reclamações aumentavam mês a mês, mas nada era feito. A estrutura travada para quem precisa virou passagem livre para quadrilhas, e agora a pressão recai sobre o Palácio do Planalto para responder à indignação popular.