
Impacto bilionário no PIB brasileiro
O fim da jornada de trabalho no modelo 6×1 — seis dias de trabalho por um de descanso — pode provocar uma queda de até 16% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A proposta de redução da jornada semanal para 40 horas, sem um correspondente aumento de produtividade, pode retirar entre R$ 2,6 trilhões e R$ 2,9 trilhões do faturamento dos setores produtivos.
Risco de desemprego em massa
No cenário mais pessimista, a medida pode levar à perda de até 18 milhões de empregos formais no país. Mesmo com um aumento de 1% na produtividade, a estimativa ainda prevê o fechamento de cerca de 16 milhões de postos de trabalho. A massa salarial nacional poderia ter uma retração de até R$ 480 bilhões, agravando o cenário econômico e social.
Informalidade e inflação em alta
A mudança nas regras trabalhistas pode ainda incentivar a informalidade, que já atinge mais de 38% dos trabalhadores no Brasil. Pequenas e médias empresas, com menor capacidade de absorver custos adicionais, seriam as mais impactadas. A tendência é que os aumentos de custo sejam repassados aos consumidores, pressionando os índices de inflação e afetando o poder de compra da população.
Competitividade internacional em risco
Especialistas alertam para o risco de perda de competitividade do Brasil frente a países como México, Índia, Vietnã e China, que mantêm jornadas mais longas e produtividade mais elevada. A medida pode tornar o mercado brasileiro menos atrativo para investimentos e exportações.
Debate político e proposta da PEC
A proposta está em tramitação no Congresso, apresentada por uma deputada federal com o apoio do Movimento Vida Além do Trabalho, que defende mais qualidade de vida e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. O estudo, porém, ressalta que o desafio central do país está na baixa produtividade: o trabalhador brasileiro produz apenas 23% do que um americano, em média.
Caminhos alternativos
Para evitar os efeitos negativos da mudança, o estudo recomenda investimentos em educação, qualificação, inovação e modernização do ambiente de negócios, como forma de permitir a redução da jornada sem comprometer a produtividade e a estabilidade econômica do país.