sexta-feira, abril 25, 2025
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Crise nos Correios se agrava com dívidas, paralisações e CPI no Senado

Serviços atrasados, franqueados insatisfeitos e investigação parlamentar escancaram colapso da estatal

Imagem meramente ilustrativa.

Prejuízos bilionários e risco de colapso

Os Correios enfrentam um dos momentos mais delicados de sua história recente. A estatal acumula um déficit de R$ 3,2 bilhões em 2024, o que representa quase metade de todo o prejuízo das estatais federais no ano. A crise financeira não é apenas contábil: transportadoras ameaçam suspender entregas, franqueados relatam calote e os usuários enfrentam atrasos e falhas constantes nos serviços postais.


Franqueados e terceirizados sem pagamento

A situação crítica chegou ao ponto em que franqueados receberam apenas 30% dos valores devidos, com promessa de acerto até o início de maio. Enquanto isso, transportadoras de cargas — responsáveis por parte importante da logística da estatal — iniciaram paralisações em diversos estados, como Paraná e Bahia, por conta de atrasos nos repasses. A instabilidade ameaça interromper o fluxo de entregas em todo o Brasil.


Insatisfação explode entre os consumidores

A insatisfação da população também é crescente. O Procon-SP registrou aumento de 400% nas reclamações contra os Correios, principalmente por não entrega de correspondências e encomendas. No site Reclame Aqui, a nota da estatal caiu para 5,53 (numa escala de 0 a 10), com mais de 20 mil reclamações registradas apenas nos últimos meses.

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Senado se mobiliza e CPI pode ser aberta

O cenário levou o Senado a reagir. Um pedido de CPI dos Correios foi protocolado pelo senador Márcio Bittar, que acusa a estatal de sofrer com má gestão, aparelhamento político e perda de capacidade operacional. O parlamentar afirma que os prejuízos bilionários exigem uma apuração profunda e uma nova estrutura de governança para salvar a empresa.


Funcionários também são afetados

Nem os trabalhadores escaparam do colapso. Atrasos nos repasses ao plano de saúde levaram à suspensão de atendimentos em diversas clínicas, gerando insegurança entre os servidores. A direção da estatal tenta conter a crise com uma proposta de reajuste salarial de 6,05% a partir de 2025, além de melhorias em benefícios como vale-alimentação e auxílio-saúde. Mas a insatisfação interna segue alta.


Um símbolo nacional em risco

Com mais de 350 anos de história, os Correios ocupam um lugar simbólico no imaginário brasileiro. Mas a continuidade dos serviços e a própria viabilidade da estatal estão sob risco real, caso medidas estruturais não sejam tomadas com urgência. A crise se aprofunda em todas as frentes: financeira, operacional, política e institucional.

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