sábado, março 15, 2025
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Indústria pesqueira de SC em alerta com isenção de impostos para sardinha importada

Medida governamental ameaça empregos e produção local

Foto: Givanildo Silva | Doutor em Ciências Contábeis e Administração

Preocupações do setor pesqueiro catarinense

A recente decisão do governo federal de zerar a alíquota de importação para sardinhas em conserva, anteriormente fixada em 32%, tem gerado apreensão no setor pesqueiro de Santa Catarina. Representantes da indústria local alertam que a medida pode desestimular a produção nacional e afetar a sustentabilidade econômica das comunidades que dependem da pesca.

Impacto na economia regional

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Santa Catarina, especialmente a região de Itajaí e Navegantes, é responsável por mais de 80% da produção de sardinha em conserva no Brasil. A cadeia produtiva estadual gera cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos, desde a captura até o consumo final. A entrada de sardinhas importadas, principalmente de países asiáticos com legislações ambientais, trabalhistas e tributárias mais flexíveis, pode criar uma concorrência desleal, colocando em risco esses postos de trabalho.

Reações das autoridades locais

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, determinou que o secretário estadual de Aquicultura e Pesca tome medidas legais contra a decisão federal, visando proteger a indústria pesqueira local. Além disso, o prefeito de Itajaí criticou a isenção de impostos para sardinhas importadas, defendendo a importância da indústria nacional e os empregos gerados na região.

Posicionamento de entidades representativas

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) manifestou preocupação com a medida, destacando que, entre 2010 e 2014, políticas semelhantes resultaram no fechamento de diversas fábricas e na desestruturação do setor. A FPA sugere alternativas para baratear o custo da sardinha sem prejudicar a indústria nacional, como manter a alíquota atual de 32% para sardinhas em conserva, incluir o produto na cesta básica da reforma tributária e manter a alíquota zero apenas para a sardinha congelada, utilizada como matéria-prima pela indústria nacional.

Perspectivas futuras

Diante das críticas e preocupações levantadas, há a possibilidade de que a decisão de zerar os impostos para a importação de sardinhas em conserva seja revista. Representantes do setor e autoridades locais buscam reverter a medida junto ao governo federal, enfatizando a importância de políticas que incentivem a produção nacional e garantam a competitividade da indústria brasileira de pescados.

A continuidade dessa política de importação sem impostos pode levar ao enfraquecimento da produção local, afetando não apenas a economia de Santa Catarina, mas também a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor pesqueiro nacional.

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