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Após a conclusão das negociações com os servidores da Segurança Pública, o Governo do Estado não poderá fugir do debate com as demais categorias. Uma das que estão prestes a aderir a um estado de greve é a dos servidores ligados à Secretaria de Estado da Infraestrutura. Nos próximos dias, uma reunião deve ser marcada para discutir o assunto.
Há reclamações de perseguições e até mesmo de servidores que costumam ser rígidos na fiscalização de obras sendo retirados do setor. No entanto, a questão salarial tem provocado a maior insatisfação. Servidores reclamam do secretário adjunto, Ricardo Grando. Eles afirmam que a relação é péssima, que não são atendidos e que há desgaste até mesmo com quem atua com ele.
Por outro lado, o secretário Jerry Comper é visto de forma positiva, pois, na opinião de fontes ligadas ao setor, ele valoriza os servidores. “Recebe os servidores para conversar, é aquela coisa de deputado, né? Ele sabe ser agradável, ainda que não se comprometa. Todo mundo gosta dele por lá, mesmo com as divergências políticas. Agora, o outro, o Grando, é o exato oposto. Nem quem trabalha com ele gosta dele. Mas ele é o homem do Jorginho, então tem muito poder e carta branca. Deve ser um dos homens mais fortes do governo. E atua como se não precisasse de ninguém”, relatou uma das fontes com quem mantive contato. Elas completaram que o problema de Jerry é a falta de poder para decidir, mesmo sendo atencioso às pautas dos trabalhadores.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de Santa Catarina (Sintespe), Marlete Gonzaga, admite que é grande a possibilidade de adoção do estado de greve. Esse posicionamento é corroborado pelos servidores, que entendem que os trabalhadores da Segurança Pública só conseguiram algum resultado com o governo quando pressionaram e até adotaram o estado de greve na Polícia Penal e no setor Socioeducativo. “O que ficou foi a impressão de que a Segurança Pública só conseguiu o que conseguiu porque já estavam com a greve pronta, botaram a faca no pescoço do governo e forçaram o diálogo. Então, a mensagem foi: ‘quem bate, leva. Quem fica quieto, vai ficar sem nada’”, afirmou.
Já a presidente do sindicato destaca que o governador tem falado constantemente em economizar para poder investir. Porém, ela lembra que valorizar os servidores também é um investimento. “O governo tem um projeto de melhorias das estradas, mas, se os servidores não estiverem na ponta, as coisas não acontecem”, lembrou.
Sem reajuste
De acordo com a presidente do Sintespe, Marlete Gonzaga, a categoria não recebe nenhuma reposição desde 2021, o que acumula uma perda inflacionária superior a 10%. Ela destaca que o Sintespe apoia os servidores da Segurança, mas admite que o reajuste concedido nesta semana pelo governador Jorginho Mello (PL) revoltou as demais categorias, que se sentiram excluídas. Marlete também destaca que o piso dos servidores do quadro geral das secretarias está em R$ 820, enquanto o último nível da carreira não chega a R$ 2 mil. “O resto é penduricalho. Não temos uma perspectiva de carreira”, afirmou.
Depoimento
O governador Jorginho Mello (PL) prestou depoimento à Polícia Federal sobre sua fala em uma entrevista, na qual praticamente afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, falam muito. Detalhe: os dois estão impedidos de falar. Jorginho disse que não falou o que, na verdade, disse. Agora, é aguardar as conclusões da PF sobre o caso. Na Agronômica, há um temor de que a fala possa gerar algum problema para Bolsonaro e Valdemar, o que seria muito prejudicial para o governador junto ao eleitorado bolsonarista.
Fonte: SC Em Pauta