As empresas estatais federais encerraram 2024 com um déficit de R$ 6,7 bilhões, o maior da história, segundo dados do Banco Central. O resultado supera o recorde anterior de 2014, quando o prejuízo ajustado pela inflação foi de R$ 3,53 bilhões. O governo atribui o rombo ao aumento de investimentos estratégicos, enquanto a oposição aponta falhas na gestão e cobra mais eficiência.
Os principais responsáveis pelo rombo bilionário
O aumento dos investimentos, que cresceram 12,5% em 2024, foi apontado pelo Ministério da Gestão e Inovação como o principal fator do déficit, representando 83% do prejuízo total. Ao todo, as estatais aplicaram R$ 5,3 bilhões em infraestrutura, modernização e digitalização de serviços.
Além disso, os Correios registraram um prejuízo de R$ 3,2 bilhões, impactados pela queda na arrecadação do setor postal e pela implementação do programa Remessa Conforme, que regulou compras internacionais. Outras estatais que apresentaram desempenhos negativos foram a Infraero, com um déficit de R$ 540 milhões, e a Casa da Moeda, que enfrenta dificuldades no setor de impressão de cédulas e documentos de segurança.
Impactos negativos e riscos econômicos
Déficits elevados podem gerar pressão sobre as contas públicas, reduzindo a capacidade do governo de investir em áreas essenciais como saúde e educação. Além disso, o mau desempenho das estatais pode afetar a percepção de investidores, desvalorizando o real e reduzindo o fluxo de capital estrangeiro.
Outro risco é o possível aumento de tarifas e taxas, já que algumas estatais podem repassar os custos ao consumidor para mitigar as perdas financeiras. Empresas estratégicas, como os Correios e a Infraero, também enfrentam queda na produtividade e desafios de competitividade no mercado.
Oposição critica e cobra soluções
Apesar de o governo afirmar que o déficit das estatais não compromete o Tesouro Nacional, a oposição questiona a gestão dos recursos e alerta para o risco de novas perdas financeiras. Parlamentares contrários ao governo defendem mais controle sobre os gastos e maior eficiência administrativa, além de voltarem a pressionar por privatizações.
A discussão sobre o futuro das estatais deve se intensificar nos próximos meses, com debates sobre a viabilidade de novos investimentos e possíveis ajustes nas políticas de gestão. Enquanto isso, o desempenho financeiro das empresas públicas segue como um dos principais desafios econômicos para 2025.